domingo, 15 de maio de 2011

"MESTRE ZÉ" GRANDE ARQUITÉTO DO TITULO IMPOSSÍVEL




A medida em que o Santa Cruz se firmava como time de maior regularidade e equilíbrio no Pernambucano 2011 e um dos grandes favoritos ao título, um personagem ganhou destaque no futebol estadual. Comandante da equipe coral na missão de mudar a imagem do clube, Zé Teodoro foi apontado de forma unânime como melhor técnico da competição. Em seus discursos durante os últimos três meses, o técnico não abria mão de termos como humildade e pés no chão. E foi assim que ele venceu a falta de estrutura e a folha salarial reduzida para recuperar a autoestima dos milhares de tricolores que sonhavam com a taça que não conquistavam desde 2005.
Natural de Anápolis, em Goiás, e hoje com 47 anos, José Teodoro Bonfim Queiroz foi lateral-direito em times como Fluminense, Goiás e São Paulo, e ainda teve Seleção Brasileira. Com a vitória diante do Sport, ele conquista seu quarto campeonato estadual como técnico. A sequência de títulos teve início em Pernambuco, com o Náutico, campeão pernambucano de 2004. Em seguida, o treinador levou o Ceará ao título cearense, em 2006. No ano passado, também levou a taça no Campeonato Cearense, desta vez à frente do Fortaleza.
Zé Teodoro chegou ao Arruda no dia 13 de novembro do ano passado. A principal missão era conquistar o acesso para a Série D do Brasileiro e, assim, disputar o acesso do time à Série C, iniciando a almejada ascensão de volta à elite do futebol nacional. Chamado por Sandro, ex-zagueiro tricolor e atualmente auxiliar técnico do clube, o treinador goiano aceitou a proposta sabendo que teria pela frente um clube carente em estrutura, uma torcida exigente que há muito não via o time fazer uma boa campanha e o difícil trabalho de recrutar um elenco partindo do zero. "Sempre gostei de desafios. Fiz com o Avaí; depois fiz no Ceará, que está na Série A; coloquei o Atlético-GO na Série C", lembra o treinador. Com o Santa Cruz não foi diferente. O que poderia parecer um problema para alguns, foi visto pelo técnico como oportunidade de fazer um bom trabalho. "Eu gosto desse tipo de desafio. Tive a humildade de aceitar uma coisa que ninguém queria", pontua.
Para dar início à redenção tricolor, era preciso conquistar alguns reforços, como os funcionários do clube, um elenco de qualidade e, sobretudo, o apoio da torcida. "O torcedor precisa de um 2011 mais alegre. Tenho certeza que um trabalho bem feito no Estadual vai render frutos na Série D", disse Zé Teodoro ao desembarcar no Recife. Para isso, defendia o treinador, era necessário uma reestruturação no clube, o compromisso da diretoria do clube e não deixar os salários atrasarem e de dar condições para a realização de um bom trabalho, mesmo que a folha de pagamento não fosse tão alta - média de R$ 300 mil. "Não tenho tanto a preocupação de ganhar dinheiro, mas de montar um trabalho sério, com força", declarava o treinador quando chegou.
Os trabalhos começaram imediatamente, com a contratação de jogadores enquanto Sport e Náutico ainda lutavam na Série B do Campeonato Brasileiro. "O maior desafio foi o recurso, a condição, que já melhorou muito. Mas também a confiança no nosso trabalho, e o processo de escolher a dedo nossos jogadores, dentro da realidade do clube", avaliou já no final da temporada. O primeiro passo foi isolar o grupo em regime de concentração na cidade de Chã Grande, no Agreste. A estada serviu para entrosar o grupo, que já estreou bem no Pernambucano 2011: nos seis primeiros jogos disputados, o Santa Cruz conquistou seis vitórias.
Mesmo com os bons resultados, uma frase não saía das declarações de Zé Teodoro: "Ainda não ganhamos nada". E talvez a conquista mais estratégica do treinador tenha sido passar esse clima de paciência, realismo e tranquilidade. Com os atletas comprometidos e aplicados taticamente, ele acabou conquistando antecipadamente o alvo mais imediato. A vitória do Náutico sobre o Central na 18ª rodada do Estadual fez com que os tricolores garantissem ao mesmo tempo a vaga definitiva no G-4 e a classificação à Série D já na 19ª rodada. "Só de ter se classificado para a Série D já foi muito positivo", avalia Zé Teodoro.
Como o contrato era de um ano e o grande objetivo do clube é a escalada no campeonato nacional, Zé Teodoro deve seguir sendo o maestro coral. "Hoje a gente almeja um projeto, um planejamento, e há possibilidade de crescer dentro do ano", defende o técnico, para quem o sorriso no rosto de cada torcedor é a verdadeira conquista. "O Santa Cruz resgatou o respeito. Durante muito tempo, a torcida, o clube, tinha uma situação diferente, difícil de trabalhar. Hoje a confiança e o respeito fizeram com que o grupo, o clube crescesse. Isso é importante para um clube grande como o Santa Cruz", comemora.
papel de parede do Sport

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