sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bichos incomuns atraem curiosos


As apostas foram feitas. Tem quem coloque as fichas no guaxinim, no furão, na lontra e até na ariranha, um mamífero típico da Amazônia. Mesmo sem saber ao certo que bicho é, os comerciantes do Mercado de Afogados se afeiçoaram à família desse animal diferente que passou a morar na vizinhança. A existência de um pai e uma mãe é unanimidade. Já os dois filhos provocam dúvidas. Os observadores voltam a concordar quando afirmam que o grupo passou a ser visto em uma área elevada em frente ao mercado, que fica abaixo do trilho do metrô, depois que o mato no local foi queimado. Agora, sempre que saem da toca, é momento de festa.


A alegria inicial do proprietário de dois boxes do mercado, o comerciante Paulo Wanderley, 56 anos, deu lugar à preocupação. ´Eles são lindos, tenho medo que alguém pegue para fazer alguma maldade. Podem, por exemplo, querer comer com cachaça`, comentou, afirmando que poderia ser uma ariranha e questionando como a família teria ido parar lá. Hoje,uma equipe do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama deverá ir até o local para tentar resgatar e identificar os animais. Segundo Paulo, eles têm o pelo marrom, as patas curtas e o maior do grupo tem cerca de 70 centímetros. ´Só vi dois, mas já disseram que são quatro`, comenta o principal defensor dos bichos.

Quando Paulo chega na esquina do mercado, de onde a toca fica visível, os outros vendedores vão logo dizendo. ´Saiu mais não`, ´Foi só pela manhã`, ´Estamos de olho`. O horário preferido de passeio, segundo os comerciantes, é no início da manhã, até 9h. Na última quarta-feira, o grupo teria feito um carnaval na área externa da toca. ´Ficaram para lá e para cá, deu para todo mundo ver`, disse o vendedor Edson Costa, 28. Uma das teorias é que os animais sempre estivessem por lá, mas escondidos pelo matagal. ´Tocaram fogo no começo da semana e, depois disso, começamos a observar a movimentação. Eles são grandes, do tamanho de um cachorro`, disse Edson.

O estudante e neto de um dos comerciantes, Gabriel Silva, 9, foi um dos primeiros a afirmar que não poderia ser um furão por causa do tamanho. ´Ele tem o rabo todo peludo, nunca tinha visto um. Acho que é um guaxinim`, disse, depois de confirmar o nome com o avô. Como a área elevada onde os animais cavaram a toca fica separada por um muro de um lado e, por outro, pela trilha de trem, as pessoas que circulam pelo local começaram a jogar comida, como espigas de milho, para atrair os animais. O ato chamou a atenção do comerciante Josemir da Costa Cabral, 67, que também acredita que seja um guaxinim. ´Pode até ser outro bicho, mas queremos saber o que é e como cuidar`, disse, cogitando a possibilidade de todos estarem errados. 

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