segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Funcionária pública em greve de fome no Piauí


Gilcilene AraújoDo G1 PI
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A servidora está acorrentada e sem comer há quatros dias na porta do Detran (Foto: Gilcilene Araújo/G1)A servidora está acorrentada e sem comer há quatros dias na porta do Detran (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
É delicado o estado de saúde da servidora pública Maria Cecília Vieir, 61 anos, que trabalha no Departamento de Trânsito do Piauí (Detran).  A mulher está acorrentada e sem comer há quatro dias. O protesto iniciou por volta de 8h da quinta-feira (10) e já dura mais de 92h. Nesta segunda-feira (14), Maria Cecília apresentou sinais de desidratação e estava com pressão baixa. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local, mas a mulher recusou ser levada para o hospital.
A servidora estava se alimentando apenas com água de coco e mineral. De acordo com Carlos Cordeiro, assessor do Sindicato dos Servidores do Detran, os enfermeiros recomendaram que a mulher fosse levada a um hospital, já que apresentou sinais de desidratação, pele ressecada e pressão arterial baixa. "Mas ela não quis ir e disse que ainda vai ficar aguardando um representante do Governo do Estado", disse o assessor.
No início do protesto, usando uma corrente e um cadeado, Maria Cecília imobilizou uma das pernas a um dos braços e estava sentada em uma cadeira em frente ao prédio do Detran. Agora, ela estava deitada em um colchonete porque não agüentava mais ficar sentada.

A servidora disse que sua atitude foi para chamar atenção do governador Wilson Martins sobre o Plano de Cargos, Carreira e Salários dos Servidores da instituição. A mulher afirmou que já tentou conversar com o governador por 28 vezes.
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Maria Cecília está acorrentada e sem comer há quatros dias (Foto: Gilcilene Araújo/G1)Outros funcionários do Detran acompanham o protesto feito pela servidora  (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Servidores do Detran que acompanharam a manifestação de Cecília afirmaram que a  companheira de trabalho se nega a receber atendimento médico e isso preocupa os  familiares e membros do sindicato da categoria.

“Ela está desidratada, mas recusa tomar soro fisiológico. Também não quer receber atendimento médico. Estamos preocupados com a saúde de Cecília porque ela já apresenta sinais de desidratação”, afirmou Carlos  Cordeiro, membro do Sindicato da  categoria.  

Uma estudante de enfermagem que é filha de outra servidora conseguiu verificar a pressão arterial de Maria Cecília, que estava medindo 9 por 4. Segundo a universitária identificada apenas por Erika, a  pressão da servidora  está abaixo do normal. “A pressão dela  é 9 por 4, quando o  ideal é 12 por 8”, informou Erika.

Cecilia afirmou que só acabará com o movimento quando Wilson Martins recebê-la. “Cheguei ao extremo. Há três anos que pedimos um aumento salarial para os servidores do órgão e ninguém nos escuta. Recebo menos de um salário mínimo. Até os terceirizados que são a grande maioria dos funcionários ganham mais que os servidores que possuem mais de 30 anos de casa. Quero valorização de forma rápida, porque todos os canais de negociação  já se esgotaram. Já fizemos diversas greves e paralisações de advertência, mas não obtivemos êxito”, comentou Maria Cecília.

Ainda de acordo com Carlos Cordeiro, nenhum representante do governo do estado apareceu no local da manifestação para intermediar uma conversa com o chefe do executivo estadual.

“O governador  não está nem um pouco preocupado com esta  mobilização. A prova disso é que até  o momento, ele não veio conversar  com a Maria Cecília e nem mandou um representante. Apenas o deputado Julio Cesar e a vereadora Teresa Brito estiveram aqui”,  ressaltou Delnair Maria, funcionária do Detran.

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