sábado, 5 de outubro de 2013

Marina Silva agora é 40






A ex-senadora Marina Silva decidiu se filiar ao PSB do governador Eduardo Campos (PE). A decisão foi tomada após conversas iniciadas na noite de ontem e concluídas na manhã deste sábado (5).

Assim como Marina, Campos é virtual candidato à Presidência da República. Há, entretanto, um desejo do PSB de ter a ex-senadora, que recebeu 19,6 milhões de votos na disputa presidencial de 2010, como vice na chapa do governador.

A união entre Marina e Campos tem o objetivo de formar uma consistente terceira via na corrida ao Planalto, em contraposição à candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e à postulação do oposicionista Aécio Neves (PSDB).

Em sua entrevista ontem, Marina já havia dito que sua decisão levaria em conta o desejo de 'quebrar' a polarização política existente no país. Desde 1994, PT e PSDB são os principais antagonistas no cenário político nacional.

Na sexta-feira, enquanto Marina Silva discutia seu futuro com aliados, o primeiro contato de Eduardo Campos foi feito. Em seguida, ele pegou um avião para Brasília para uma conversa pessoalmente.

A decisão de migrar para o PSB foi tomada após a Rede Sustentabilidade não ter passado no teste das assinaturas, conforme decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na última quinta-feira.

Depois do naufrágio no TSE, Marina passou a discutir o convite recebido por oito legendas, tendo centrado seu foco no PSB e no PPS devido a dois fatores: serem duas legendas com integrantes e atuação relativamente similar à da Rede Sustentabilidade e terem já estruturas montadas nacionalmente e nos Estados.

De acordo com a última pesquisa do Datafolha, do início de agosto, Dilma lidera a corrida para 2014, com 35% das intenções de voto. Marina tinha 26%. Aécio (13%) e Campos (8%) vêm logo em seguida.
Ex-senadora Marina Silva assinou ficha de filiação neste sábado (5).
'Vamos andar o Brasil juntos, lado a lado', disse Campos a Marina Silva.

Fabiano Costa e Felipe NériDo G1, em Brasília

O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, afirmou neste sábado (5) que a ex-senadora Marina Silva traz "a voz das ruas" para o partido.

"Quem entendeu o que as ruas do Brasil em alto e bom som disseram, quem entendeu o que aconteceu no Brasil em junho, não tem nenhuma dificuldade de entender o que ocorre aqui hoje. O que ocorre aqui hoje é o desejo de discutir o Brasil. [...] Quero melhorar a politica, alguém que traga pureza, que traga a voz das ruas. Tenho clareza que nós aqui estamos recebendo a Rede no PSB para fazer aliança programática porque reconhecemos a Rede como algo necessáro para melhorar a política no Brasil", discursou Campos.

Campos falou após Marina assinar a ficha de filiação em evento no Hotel Nacional, em Brasília.

Marina Silva afirmou que apoia a candidatura à Presidência de Campos, mas não disse se pode ser vice em uma chapa encabeçada pelo pernambucano. "Estou aqui não para pleitear candidatura, mas para apresentar junto contigo um programa para sociedade brasileira que seja capaz de alinhamento histórico e sepultar de vez a velha República", disse ela, dirigindo-se a Campos.

Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar na última semana o registro do partido que ela fundou, o Rede Sustentabilidade, por falta de comprovação do número de assinaturas de apoio previsto em lei, Marina havia sido convidada por outras legendas, como PPS e PEN. Este sábado era o último dia para que a ex-senadora se filiasse a algum partido - pela legislação eleitoral, quem quer concorrer nas eleições deve estar filiado ao partido um ano antes da eleição.
Essa não é a decisão mais fácil, que preserva a sua persona, a sua relação com milhares de jovens irrequietos no país, de muitos que conviveu ao longo da caminhada. [...] Mas essa é a melhor decisão para que a gente possa enterrar a velha política no Brasil"
Eduardo Campos, durante discurso em evento de filiação de Marina Silva ao PSB

A aliança política entre Marina e Campos foi costurada entre a noite de sexta e a manhã deste sábado. Ainda durante a noite, Eduardo Campos desembarcou em Brasília para propor a união.

Em entrevista ao G1, um dos principais auxiliares de Marina, Bazileu Margarido, informou que ela se colocou à disposição para ser vice. Eduardo Campos e Marina aparecem nas pesquisas eleitorais como pré-candidatos à Presidência da República nas eleições do ano que vem - segundo o último levantamento do Ibope, Marina estava em segundo com 16% das intenções de voto, enquanto Campos tinha 4%.

Em discurso, Campos afirmou ainda que vai andar "lado a lado" com Marina pelo país. "Vamos andar o Brasil juntos, lado a lado, para espalhar esperança. Para nos ajudarem a fazer o que o Brasil precisa. Preservando as conquistas, cuidar do que o Brasil clama."

O governador citou que a decisão de Marina, de entrar para o PSB e não se candidatar à Presidência, "não é a decisão mais fácil". "Essa não é a decisão mais fácil, que preserva a sua persona, a sua relação com milhares de jovens irrequietos no país, de muitos que conviveu ao longo da caminhada. Não é a decisão mais conveniente. Talvez não seja a decisão de maior agrado para quem olha para cena de maneira ligeira. Mas essa é a melhor decisão para que a gente possa enterrar a velha política no Brasil."

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