segunda-feira, 18 de março de 2013

RUMO A PRESIDÊNCIA : Governador foi recebido aos gritos de 'Eduardo presidente'. Presidente do PSB disse que não teme retaliações do Governo Federal


Eduardo Campos discursou para centenas de mulheres. (Foto: Katherine Coutinho / G1)Eduardo Campos discursou para centenas de
mulheres. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, voltou a afirmar nesta segunda-feira (18) que o Brasil precisa de um novo pacto político e que a desiguladade é o grande 'freio' da economia brasileira atualmente. Campos discursou por pouco mais de 20 minutos para centenas de mulheres que compareceram ao Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, emOlinda, durante as comemorações do Dia da Mulher do governo, e após ser recebidos sob gritos de ‘Brasil pra frente, Eduardo presidente’.
Apesar do discurso ser voltado para as mulheres, Campos falou sobre política econômica, inflação e desigualdade social. “Transformação verdadeira não se dá ao se criar uma Secretaria da Mulher, esse é um passo. Não se dá ao chamar para compor essa secretaria nos arranjos da velha política, mas de identificar uma militante com garra. O Brasil precisa de um novo pacto social e político, porque não vamos arrancar o machismo que temos resquício na vida pública do nosso país com as velhas lideranças políticas carcomidas do Brasil, que nunca assumiram o compromisso de romper efetivamente com esses cacoetes e deformações da máquina pública”, disse o governador, reforçando que não escolhe os componentes de seu governo através de partidos.
Relembrando a eleição de 2006, quando foi escolhido governador do estado, Campos alegou saber que ainda tem muito o que ser feito, voltando ao discurso sobre a necessidade de se fazer mais, porém alfinetando adversários. “Tenho certeza de que temos muito do que fazer, tenho claro que não fizemos tudo, mas acredito que fizemos mais do que muitos  esperavam, fizemos mais que muitos tiveram a chance de fazer e não fizeram”, declarou o governador.
Público recebeu o governador com gritos de 'Eduardo presidente' (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Público recebeu o governador com gritos de 'Eduardo
presidente' (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Embora se negue a comentar o pleito de 2014, o discurso desta segunda teve um tom eleitoral, ao ressaltar os feitos do governo, como a redução da violência contra a mulher. “Não é uma tarefa de retórica, ou de fala, é de afirmar uma nova cultura, novos valores, é romper o velho e ter a capacidade de fazer o novo, com respeito ao processo histórico, e fazer ao lado do movimento social, sem fazer como a velha política de cooptar os movimentos sociais", defendeu o governador, que também elogiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como um homem que conseguiu enxergar o povo, mas que, apesar dos avanços, ainda é preciso fazer mais para melhorar as condições de vida dos brasileiros. "As desigualdades continuam ainda hoje sendo o grande freio da nossa sociedade", afirmou.
Antes do discurso, Eduardo Campos conversou com a imprensa após a assinatura da ordem de serviço para a construção de um túnel na Zona Norte do Recife. Campos afirmou não ter nenhum temor de retaliação do Governo Federal devido às declarações que vem dando à imprensa. “Não é de nossa tradição temer esse tipo de coisa nem da presidente agir dessa forma. Isso me dá tranquilidade para que cada um exerça o que a nossa consciência e a nossa tradição histórica nos permite”, explicou o governador.
O presidente nacional do PSB lembrou ainda que seu partido deixou de concorrer à presidência nas últimas eleições para apoiar a presidente Dilma Rousseff. “Estamos tratando de um governo que ajudamos a eleger. Em dois anos, em todas as votações importantes que a presidente teve no Congresso Nacional, o comportamento do PSB foi o mesmo, foi quem mais ajudou sobretudo em questões polêmicas como o Código Florestal, que parte da base aliada dela votou contra a visão da própria presidente e da sociedade. Agora, nós precisamos discutir o Brasil. Isso não pode ser um incômodo, não pode ser tratado com intolerância”, ponderou.
Afirmando ainda que os aliados devem sempre buscar fazer suas críticas nos fóruns internos do governo, Campos explicou que teve de se posicionar em alguns casos por não ter sido ouvido, citando como exemplo a questão da MP dos Portos. “Não tive nenhum fórum para me colocar depois de ela [a lei] ser publicada. Quando a gente tem visão diferente, devem ser bem vindas sempre as opiniões, procuro fazer isso no fórum interno. Quando faço no externo é por dever de responsabilidade. Não posso ficar sem opinião sobre um fato relevante que diz respeito ao meu estado. Não como presidente nacional de um partido, mas como governador. Eu fui eleito para representar a população”, destacou.
Agenda em Brasília
Campos confirmou também que recebeu convites dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Armando Monteiro (PTB) para encontros em Brasília, entretanto não para esta semana. “Há uma série de convites que são feitos. Seria esta semana se Dilma fosse fazer a abertura da Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional, para a qual eu fui convidado. Já Jarbas tem sido procurado por uma série de senadores do PMDB e de outros partidos que querem fazer uma conversa comigo sobre cenários, conjuntura e eu disse que iria. Como faço normalmente, só que agora vira notícia”, disse, bem humorado.

Questionado sobre o crescente assédio e os convites que vêm se proliferando nos últimos tempos, Campos afirmou estar tranquilo, como sempre esteve para os desafios do dia a dia. “A tranquilidade ajuda a gente a encontrar caminho. É claro que tem mais telefonemas para retornar, tem mais convite, mas meu foco é estar aqui cuidando do dia a dia do goveno, fazer com muito ânimo o que a que a gente está fazendo, mas tem uma movimentação a mais por todo o país”, explicou.

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