quinta-feira, 17 de março de 2011

Quero o direito à privacidade!



Muito se tem dito nos últimos dias sobre a privacidade dos internautas. Por um ou outro motivo, cada vez surgem mais pessoas preocupadas, deixando de confiar nas grandes empresas e nos seus produtos. Vamos analisar alguns dos casos mais falados no que toca a invasão de privacidade, da Google, Apple e outras empresas de renome.





Apple
iPhone
A acusação: Segundo Jonathan Zdaziarski, especialista forense de dados, o iPhone regista, em cache, uma imagem do ecrã e das acções do utilizador sempre que este pressiona o botão Home.

A defesa: Neste caso, a Apple ainda não comentou as declarações e a defesa é feita pela mesma pessoa que faz a acusação. Segundo esta especialista, é difícil aceder a esta informação, sendo necessário algum nível de sofisticação para conseguir contornar a segurança do aparelho. Esta imagem é guardada exclusivamente para criar o efeito de transição entre a aplicação activa e o ecrã Home.

Google
A Google é, geralmente, a empresa mais acusada no que toca a questões de privacidade. No entanto, a empresa tem feito um enorme esforço para contrariar esta corrente. A empresa já colocou, no YouTube, 26 vídeos que defendem a sua política de privacidade!

Gmail
A acusação: No serviço de correio electrónico da gigante norte-americana, há geralmente 2 grandes preocupações. Por um lado, muitos acusam a empresa de ler os e-mails dos utilizadores. Por outro lado, os seus dados poderão ficar armazenados mesmo depois de cancelar a sua conta.

A defesa: Segundo a política de privacidade da Google, os seus dados só serão utilizadores para poder prestar, melhorar e, eventualmente, criar novos serviços, que incluam conteúdo adaptado aos seus interesses, com acontece com a publicidade mostrada junto de cada mensagem no Gmail. Neste aspecto, a política adoptada pela Google é exactamente igual à utilizada por outras empresas como a Microsoft ou a Yahoo.

Quanto ao cancelamento da conta, alguns dados relativos à mesmo poderão continuar nos servidores da empresa por 60 dias e no sistema de backup offline por tempo indeterminado por ser impraticável remover daí os dados de cada conta cancelada.

Google Chrome
A acusação: O novo web browser é tambem o mais recente fenómeno no que à privacidade diz respeito. Depois de algumas gralhas nos Termos de Uso, entretanto corrigidas, a empresa é acusada de registar o que os utilizadores escrevem na barra de endereço, a omnibox!

A defesa: Na verdade, o problema não é exclusivo do Google Chrome. Está relacionado com o Google Suggest, um pequeno serviço que sugere termos ou endereços à medida que os digita. O serviço está presente no próprio Google, na Google Toolbar, no Google Chrome e até no Mozilla Firefox. Segundo a empresa, para fazer as suas sugestões, o Google Suggest tem que saber o que os utilizadores escrevem. Por isso, 2% dos dados que circulam neste serviço, o que inclui também o seu endereço de IP, ficam registado durante 24 horas, prazo após o qual tudo é tornado anónimo.


Para a pesquisa Google, este serviço pode ser desactivado seleccionando Do not provide query suggestions in the search box em Preferences. No caso do Google Chrome, clique em Manage, junto de Default Search na janela de opções. Aí, desmarque a opção Use a suggestion service to help complete searches and URLs typed in the address bar.

Privacidade - A Evolução
Não deixa de ser interessante que a empresa mais acusada nesta área (leia-se Google) tenha sido pioneira na protecção dos dados dos utilizadores.

A 14 de Março de 2007, a Google foi a primeira empresa a anunciar que iria tornar anónimos os dados dos seus registos ao fim de 18 meses. A partir de Abril desse ano começou uma autêntica briga entre a Google e a União Europeia, que acusava a empresa de não fazer o suficiente pela privacidade dos utilizadores. Curiosamente, só em Julho de 2007, outras empresas como a Microsoft e Ask.com aderiram a este mesmo programa de anonimato de dados ao fim de 18 meses. Recentemente, a Google reduziu este prazo para 9 meses.

Privacidade - O que fazer
Regra básica, não só na Internet, é ler sempre todos os documentos, cláusulas e outros aspectos relacionados com o que está prestes a fazer. Se vai criar uma nova conta num serviço onde pretende colocar alguns dados que considera importantes, é fundamental ter conhecimento dos Termos de Uso e Política de Privacidade desse mesmo serviço. Lembre-se que ao realizar uma inscrição está a concordar com todos os aspectos que a envolvem e não poderá simplesmente afirmar que não tinha conhecimento dos mesmos.

Actualmente, somos constantemente vigiados, não só online! Sempre que sai à rua, os seus passos podem estar a ser gravados, sem o seu consentimento, por câmaras de segurança, meios de comunicação, ou outros dispositivos. Diariamente, são estes dados que ajudam forças de segurança a procurar suspeitos, pessoas desaparecidas ou até mesmo no combate à fraude. Também na criação de serviços, a auditoria e análise dos interesses de potenciais clientes é cada mais importante. O fundamental é confiar na entidade que irá ter acesso a estes dados.

1. Em pagamentos online, por exemplo, verifique se página têm uma encriptação de segurança - o endereço do site deve começar por https.
2. Verifique se a empresa que irá processar os seus dados é fiável e/ou conhecida - peça conselhos, procure análises e opiniões.
3. Antes de finalizar o processo, verifique sempre os Termos de Uso e Política de Privacidade da empresa em causa.

Aplicações como o Tor, o TorPark para o Firefox ou o modo Incognito do Google Chrome poderão ajudá-lo a manter-se no anonimato.

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