(Foto: Felipe Gabriel) Você está fazendo o teu possível ou o teu melhor? – por Mario Sergio Cortella |
Lembra quando você
chegava da escola com o boletim escrito: 6,0 em português, 5,5 em
matemática, 4,0 em história… e você dizia: ‘deu pra passar’. Medíocre –
’Deixa, eu toco a minha vida’ – Isso é mediocridade. Porque uma pessoa
medíocre é aquela que podendo fazer o seu melhor se contenta em fazer só
possível.
Mediocridade é
falta de capricho. Capricho é você fazer o teu melhor na condição que
você tem. Exemplo: minha mãe e eu moramos na mesma rua em São Paulo e às
vezes eu passo na casa dela por volta de cinco da tarde e ela me olha e
pergunta: ‘você ainda não almoçou, né?’ – e completa – espera aí que eu
vou fazer um negocinho pra você. Ela poderia fazer qualquer coisa, mas
faz um talharim, com azeite. Depois corta um tomate cereja e coloca por
cima. Isso é capricho.
Eu no Paraná,
quantas vezes, caipira, ia até a roça visitar alguém que morava numa
casa de pau-a-pique e via o chão de terra todo varrido – capricho: fazer
o melhor na condição que tem enquanto não tem condição de fazer melhor
ainda para não ser medíocre. Na roça eu pedia para tomar um gole d’água e
a mulher pegava uma carequinha de alumínio toda amassada, mas muito bem
areada – passava areia em volta. ‘Ah, mas já é pobre mesmo’ – Êpa – É
pobre, mas é limpinho. Tem gente que é pobre e limpinho não é. Isso é
medíocre.
Tem gente que é
medíocre e sua obra é medíocre: ‘ah, mas do jeito que me pagam; mas eu
não tenho condição…’. Há pessoas que em nome da condição, degradam a
ação. Ao invés de ter um trabalho que é concomitante, luta para melhorar
as condições e vai fazendo o seu melhor com aquelas que tem.
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