sábado, 7 de fevereiro de 2015

CHACINA EM POÇÃO OCORREU DEPOIS DE CRIANÇA SAIR DA CASA DA AVÓ PATERNA

População compareceu a velório de vítimas e se comoveu na cerimônia. / Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem

As investigações sobre a chacina que deixou três conselheiros titulares e uma idosa mortos, nesta sexta-feira (6), em Poção, no Agreste pernambucano, ficarão sob sigilo absoluto até a conclusão do inquérito. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil. Todo o processo corre em sigilo por envolver uma menor de idade. 
A Secretaria de Defesa Social do Governo de Pernambuco designou quatro equipes da Polícia Civil especializadas em homicídios para investigar o quádruplo homicídio. A força-tarefa é comandada pelo delegado Erik Lessa, gestor operacional da Diretoria Integrada do Interior I, e também pelo delegado Darley Timóteo, diretor da área.
As quatro vítimas estavam em um carro do Conselho Tutelar de Poção levando uma menina de 3 anos, a única que sobreviveu à chacina. Eles seguiam para o município, vindo da cidade de Arcoverde, no Sertão, onde morava a avó paterna da criança. 
Os conselheiros eram Carmem Lúcia da Silva, de 38 anos, Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos, de 54, e José Daniel Farias Monteiro, de 31. A idosa que morreu no crime era Ana Rita Venâncio, de 62 anos. 
O velório das vítimas começou às 16h deste sábado (7) e se estende até o domingo (8), às 9h, quando está previsto o sepultamento dos corpos no cemitério do municipal de Poção.


Protesto

No velório dos três conselheiros tutelares e da idosa de 62 anos, vítimas da chacina em Poção, nesta sexta-feira (6), conselheiros tutelares de todo o Estado protestaram contra as condições de risco da profissão. Profissionais do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Pombos, Vitória de Santo Antão, Taquaritinga do Norte e outras cidades compareceram à cerimônia, na tarde deste sábado (7), para prestar solidariedade às famílias das vítimas e protestar contra as más condições de trabalho.
Cláudia Pifani, que atua como conselheira tutelar em Taquaritinga do Norte, disse que conhecia os colegas e lamenta profundamente a morte dos amigos. "Sempre me reunia com eles nos eventos da profissão. Eles sabiam do risco que corriam exercendo o nosso trabalho, mas o faziam por amor à profissao", contou. Pifani protestou contra a falta de segurança e a estrutura precária de sua profissão. "Ninguém reconhece o trabalho do conselheiro, trabalhamos sem qualquer proteção. Só falam da nossa profissão quando acontecem casos como esse", lamentou a conselheira.


CHACINA EM POÇÃO OCORREU DEPOIS DE CRIANÇA SAIR DA CASA DA AVÓ PATERNA

​Três conselheiros tutelares de Poção e uma idosa foram mortos a tiros na noite desta sexta-feira (6), neste município do Agreste pernambucano. Uma menina de 3 anos, neta da mulher, estava junto e sobreviveu. Segundo informações da família, eles vinham da casa da avó paterna da criança, situada em Arcoverde, no Sertão, com quem mantêm a guarda compartilhada.
As primeiras informações obtidas pela Polícia Militar indicam que pessoas realizaram uma emboscada em estrada do Sítio Cafundó, para onde os cinco estavam indo de carro. “Primeiro, atiraram no motorista, depois nas mulheres que estavam no banco de trás e à queima roupa em um deles [dos que estavam no veículo] que tentou escapar”, informou a PM ao G1. Os conselheiros eram Carmem Lúcia da Silva, de 38 anos, José Daniel Farias Monteiro, de 31, e Lindemberg Nóbrega de Vasconcelos, de 54. A avó materna da criança se chamava Ana Rita Venâncio e tinha 62 anos. Uma equipe do Instituto Médico Legal (IML) de Caruaru esteve no local e recolheu os corpos.
Primeiramente, havia a informação de que a criança se feriu à bala na confusão, mas, no hospital, informaram que o sangue que a sujava não era dela. A menina está sob a guarda de policiais em um local não divulgado, por questão de segurança. Segundo a PM, o pai dela não foi encontrado, a avó paterna também não. A mãe morreu há anos, supostamente por envenenamento, também de acordo com esta corporação.
Avô materno, João Batista explica como era a guarda compartilhada. “Eram 15 dias com eles lá [pai e avó paterna, em Arcoverde] e a gente só ficava no final de semana. (…) A gente pegava na sexta e entregava na segunda. Sempre era eu quem ia pegar”, conta. Ele também iria desta vez, mas diz que teve um problema na perna e não pôde dirigir. “A gente era pra pegar essa criança de 11h30 no colégio e entregava na segunda, de 7h30. Só que, essa semana, eles mesmo foi quem mudaram. A avó da criança foi quem mudou mais o pai. Mudou pra gente ir pegar de 17h”, relata. João Batista diz ainda que as questões envolvendo a criança completaram dois anos e dois meses.
Força-tarefa
Para as investigações do crime, o governo do estado designou quatro equipes da Polícia Civil especializada em homicídios, cada uma com um delegado. A força-tarefa é comandada pelo delegado Erik Lessa, gestor operacional da Diretoria Integrada do Interior I, e será assumida pelo delegado Darley Timóteo, diretor desta área. À redação do portal, este chefe de polícia informou que uma portaria deve sair ainda neste sábado (7), para que nenhum outro detalhe sobre o caso seja passado até que existam informações palpáveis.
“Todo o efetivo da Polícia Militar da região se encontra à disposição da Polícia Civil para eventuais diligências que contribuam para o esclarecimento do caso. A determinação expressa do governador Paulo Câmara é que o crime seja rapidamente elucidado e para isso recomendou todos os esforços do estado”, informou a assessoria de imprensa do governo de Pernambuco.

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