domingo, 18 de janeiro de 2015

Preço de carro: Brasil x Estados Unidos


Vários estandes do Salão do Automóvel de Detroit exibiam os preços dos carros. Em muitos casos, o veículo custava a metade do preço do Brasil

Os americanos pagam o equivalente a R$ 44.714 pelo Corolla. No Brasil, não sai por menos de R$ 70 mil. / Sílvio Menezes/ JC

Os americanos pagam o equivalente a R$ 44.714 pelo Corolla. No Brasil, não sai por menos de R$ 70 mil.

Sílvio Menezes/ JC

DETROIT - Que os norte-americanos podem desfrutar de verdadeiros carrões isso todo mundo sabe, mas existem outros motivos para invejar os moradores dos EUA: é o preço dos automóveis por lá. Visitar o Salão do Automóvel de Detroit é dar de cara com essa realidade. Convertemos o preço de alguns modelos exibidos na mostra para a moeda brasileira. Usamos a cotação do dólar comercial da última quinta-feira, que ficou em R$ 2,63 (Esse é a referência do governo para grandes transações) e o resultado foi de cair o queixo na maioria das situações.


Vamos citar o exemplo o Toyota Corolla. O visual é um pouco distinto do vendido no Brasil, mas a diferença de preço é gritante. Enquanto os americanos pagam o equivalente a R$ 44.714 pelo Corolla, em nosso País, o sedã japonês não sai por menos de R$ 69.700. No caso do RAV4 – SUV que também é vendido no Brasil – o valor é (US$ 23.680), equivalente a R$ 62.467. Para os brasileiros, a conta sai a partir de R$ 110.200. Na exposição é possível se deparar com outras situações interessantes.
O esportivo Dodge Charger sai a partir de US$ 27.995, o equivalente em moeda brasileira a R$ 73.850. Para quem quiser esnobar mais ainda, existe o Ford Mustang conversível. Lá, paga-se ou US$ 40.375, R$ 106.510. Em nosso País o modelo não é vendido, mas podemos afirmar que é um concorrente do Camaro. Se fosse oferecido no Brasil, dificilmente sairia por menos de R$ 230 mil.
Para o Chrysler 200, um sedã médio, paga-se equivalente a R$ 57.300. Tem ainda a opção do seu irmão maior, o grandalhão 300 C. O automóvel sai por (US$ 31.395), cerca de RS 82.820. Curiosamente, esse mesmo modelo é vendido aqui por R$ 184.900.
O economista Jorge Jatobá, sócio-diretor da Ceplan Consultoria, diz que o motivo para o carro ser bem mais caro no Brasil é o resultado de uma combinação nefasta entre carga tributária pesada (em torno de 40% do preço do carro), custo de produção elevado e mão-de-obra mais cara. Outro fator é a margem de lucro que, no Brasil, beira os 10% em média. Nos EUA fica em torno de 3%. Jorge Jatobá diz que lá fora o lucro e a arrecadação de tributos vêm por volume de produção. Aqui, fabricantes e o governo ganham o máximo em cada unidade. O consumidor americano tem outra vantagem, diz ele. “As fábricas americanas são mais modernas e produzem muito mais do que aqui, o que faz o preço por unidade do produto cair”, explica o economista.
* A reportagem teve colaboração dos repórteres Edilson Vieira e Filipe Farias

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