terça-feira, 26 de abril de 2011

Por Dra. Roberta Stella

imagem - nutricionista Roberta Stella


Respondendo a pergunta feita por Marcelão e Claúdio, sobre alergia a camarão :


Maecelo e Claudio ,a alergia ao camarão e aos frutos do mar é mais comum nos adultos e pode se manifestar de formas variadas, desde uma simples coceira até quadros de emergência como o caso retratado na novela.
A reação alérgica ocorre porque o organismo reage ao alimento com produção de um anticorpo, chamado de imunoglobulina E (IgE), que ataca uma proteína contida nele, originando os sintomas da alergia, em minutos ou em algumas horas após a ingestão do alimento.
A maior parte destas reações a camarão tende a ser leve ou moderada, sendo os sintomas mais comuns a coceira, placas vermelhas na pele, mal estar, inchação em olhos, lábios, boca, garganta. Em alguns casos mais raros, pode evoluir de forma grave surgindo uma reação extrema chamada de anafilaxia (popularmente conhecida como choque anafilático), que envolve diversos sistemas do organismo: circulatório, respiratório, imunológico, resultando numa reação grave e necessitando de atendimento de emergência. Neste caso, a pessoa pode apresentar urticária, vermelhidão na pele, chiado no peito e cansaço, tosse, espirro, náusea, dor abdominal, vômitos e coceira no corpo, dificuldade para respirar, queda na pressão arterial, podendo ameaçar a vida.
O camarão é um pequeno crustáceo aquático que pode ser marinho ou de água doce e pertence à ordem Decapoda, à qual pertencem também as lagostas e oscaranguejos. Segundo o Wikipédia, a maioria dos crustáceos são organismosmarinhos, como as lagostas, camarões e as cracas e percebes, tatuís ou Emerita brasiliensis (que vivem enterrados nas areias das praias do Brasil), os siris e oscaranguejos, mas também existem crustáceos de água doce, como a pulga da água(Daphnia) e o camarão do Rio São Francisco no estado da Bahia(Brasil)e mesmo crustáceos terrestres como o bicho-da-conta e o tatuzinho de jardim que habita as terras brasileiras. Existem ainda várias outras espécies de crustáceos aquáticos que têm no seu nome a palavra camarão, mas pertencem a grupos diferentes, tais como os camarões-de-concha (ordem Conchostraca) e os camarões-girinos (ordemNotostraca). Por outro lado, os camarões comerciais são também conhecidos por outros nomes, tais como gamba ou lagostim (os de grandes dimensões, como o "camarão-tigre-gigante", Penaeus monodon, que pode atingir cerca de 35 cm de comprimento e um peso de cerca de 500 g – que são as dimensões médias dos verdadeiros lagostins).
Diagnóstico

Se uma pessoa tem suspeita de ser alérgica a camarão deve procurar um médico especialista em Alergia que irá analisar sua história clínica, a reação apresentada e realizará testes para comprovar o diagnóstico.

Os testes são realizados pelo especialista utilizando bateria padronizada de alimentos por método de puntura realizado no antebraço e o resultado é imediato, após 15 a 20 minutos. A resposta positiva indica a presença da IgE (imunoglobulina E) para o alimento.

Em algumas pessoas, pode-se utilizar também a dosagem da IgE específica para camarão feita no sangue e realizada em laboratórios especializados.

Considerações sobre a alergia a camarão

- A alergia ao camarão não surge no primeiro contato e por isso, a pessoa pode ingerir o alimento por diversas vezes antes de apresentar a alergia.
- Quem manifesta alergia a camarão, tende a fazer também para outros crustáceos e por isso deve evitar não só o camarão como também siri, lagosta, mariscos, entre outros. Em geral, não há problema na ingestão de peixes.
- Algumas pessoas são muito sensíveis e reagem mesmo com pequenas quantidades do alimento ou até à simples inalação durante o cozimento.
- A presença de alergia a camarão não significa que obrigatoriamente a pessoa terá alergia ao iodo.
- A Quitosana é um produto usado para emagrecimento, obtido através do exoesqueleto de crustáceos como camarão, caranguejo e lagosta e não deve ser usada sem orientação médica em pacientes sensíveis ao camarão.
- A tropomiosina (proteína do camarão) pode ser encontrada em ácaros e em baratas. Por isso, pode ocorrer uma reatividade cruzada entre ácaros, baratas e camarão.
- Algumas reações catalogadas como reações alérgicas a peixes e mais raramente ao camarão devem ser diferenciadas da reação alérgica ao Anisakis simplex, um parasita de mamíferos do mar. O homem ao adquirir a larva deste parasita através da ingestão de peixes crus ou mal cozidos pode apresentar sintomas gastrointestinais. Entretanto, são descritos casos de alergia com surgimento de urticária e até anafilaxia. Nestes casos, apesar da história de reação alérgica após a ingestão de peixe, os testes são negativos e a IgE específica para peixe não é detectada.

Tratamento:

Como não há um medicamento que atue neste processo, o tratamento consiste no afastamento do alimento. Desta forma, o paciente deve evitar a ingestão de camarão e alimentos sob qualquer forma e em qualquer quantidade.

Para finalizar, um trecho de uma crônica escrita por Maurício de Souza,
criador da Turma da Mônica:
“Você, naturalmente, já passou por isso. Está quietinho no seu canto, numa recepção, numa festa, na casa de um amigo, num restaurante e alguém aparece oferecendo alguma coisa que você detesta comer. Mas quem oferece é tão gentil, vem com tão boa educação, com ares de que escolheu aquele "piteuzinho" especialmente para você que... não há escapatória, você tem que pegar, agüentar aquele sorriso embevecido da sua amiga ou do seu amigo à espera da sua aguardada mordida e... rezar para conseguir engolir aquilo rapidamente... sem retorno.
Lógico que seria mais fácil falar: "Eu não gosto disso!" ou "esse camarão me dá alergia!" ou "obrigado, alho não, porque daqui vou para um encontro com minha namorada!" ou "o médico me prescreveu jejum absoluto!".
Mas não. Todos nós somos pegos nessa armadilha gentil, carinhosa, sem condições de reagir, a não ser com engulhos às vezes mal disfarçados. E, se já aconteceu com você, comigo, então, nem se fala. ...
Se não gosta (ou não pode), fale. E não coma.”

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