domingo, 16 de fevereiro de 2014

Falta de Médicos em Caruaru

Problemas na saúde de Caruaru se agravam: Pacientes denunciam que Lactário está sem médicos.

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Ana Elizabeth prefere não revelar quantos pacientes estão deixando de ser atendidos por conta da ausência desses profissionais.
Pacientes do Centro de Saúde Amélia de Pontes, conhecido popularmente como Lactário, denunciam: a unidade de saúde que serve como referência para soropositivos (portadores do vírus da Aids) e pessoas com hepatite está sem médicos.
A informação é que existiam dois infectologistas prestando atendimento na unidade. Um teria sido aprovado em um concurso público e pediu exoneração do cargo, enquanto o segundo estaria trabalhando voluntariamente, somente para não deixar os pacientes desassistidos, e agora resolveu tirar férias.
O problema é que sem o atendimento médico os soropositivos, por exemplo, não conseguem fazer o acompanhamento especializado adequado. É isso que afirma o paciente que será identificado aqui como “Fernando”. Soropositivo, ele prefere não revelar o nome verdadeiro. Ele afirma que sem um profissional à disposição, não consegue ter acesso a uma série de serviços. “É o infectologista quem solicita novos exames, receita medicamentos e acompanha as condições da minha saúde. Ele precisa observar, inclusive, como os medicamentos estão agindo no meu organismo. E agora, se ficar doente? O que faço?”, questiona.
“Fernando” vai além e denuncia que essa mesma situação persiste há alguns meses. “A única informação que nos passam é que o médico que continua atendendo (o voluntário) só estará de volta no fim de fevereiro. Já há pacientes com consultas marcadas para julho”, complementa.
Um segundo paciente, que será chamado aqui de “Ronaldo” (também prefere não ter o nome revelado), acrescenta que a unidade de saúde também possui problemas no atendimento ao público. “O Lactário não tem estrutura. Todos são recebidos no primeiro andar. Alguns bastante fragilizados pela doença, outros acompanhados de crianças. E tem mais, pessoas com HIV e hepatite permanecem esperando no mesmo espaço”, critica.
Ele também chama a atenção para algo muito grave: a unidade é referência no atendimento a pacientes de Caruaru e outros municípios da região, ou seja, a demanda diária é considerável.
GESTORES AFIRMAM QUE PROFISSIONAIS FORAM NOMEADOS
De acordo com a diretora de Atenção Básica da Secretaria de Saúde de Caruaru, Ana Elizabeth, ao contrário do que informaram os dois pacientes, havia três médicos infectologistas na unidade de saúde. “Dois pediram demissão e um realmente está de férias”, confirma a gestora, que argumenta: “Já fizemos a nomeação de dois infectologistas e eles têm até o dia 11 de março para assumir o cargo”.
Sobre os questionamentos em relação à falta de estrutura no atendimento de pacientes com doenças infectocontagiosas, ela afirma que as pessoas com tuberculose são atendidas no térreo, enquanto as com o HIV positivo e hepatite são direcionadas para o primeiro andar.
Ana Elizabeth prefere não revelar quantos pacientes estão deixando de ser atendidos por conta da ausência desses profissionais. Ela defende que divulgar esse número poderá expor todos eles. “Porque, para a população, o Lactário trata pessoas com doenças infectocontagiosas, sem discriminação. E a divulgação desses números pode gerar uma imagem negativa da unidade”, afirma.
Escrito por Diogenes Barbosa e publicado, inicialmente, no Jornal Vanguarda.

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