sábado, 28 de setembro de 2019

Sobe para 53 o número de cidades do Nordeste afetadas por manchas de óleo

Manchas de óleo na Praia de Pirambu  — Foto: Reprodução/TV Sergipe
Manchas de óleo na Praia de Pirambu — Foto: Reprodução/TV Sergipe
Subiu para 53 o número de cidades atingidas por manchas de óleo localizadas nos litorais do Nordeste desde o início de setembro. Segundo relatório mais recente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), o petróleo cru, que não é derivado do óleo, foi encontrado em 112 locais.
Ao todo, 8 estados foram atingidos pela mesma substância e o Ibama solicitou apoio da Petrobras para atuar na limpeza das praias. Em nota, a Petrobras afirma que o material não foi produzido e nem comercializado pela companhia.
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Alunos de escolas públicas fazem limpeza em praia de Barra de São Miguel (AL)
Ainda não se sabe a origem da substância, mas a suspeita é que o petróleo tenha vindo de navios que passam pela região, segundo a Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), que está analisando imagens de satélite do mar.
Confira quantos locais foram atingidos em cada estado, segundo o Ibama:
  • Alagoas: 11 locais
  • Ceará: 8 locais
  • Maranhão: 11 locais
  • Paraíba: 16 locais
  • Pernambuco: 18 locais
  • Rio Grande do Norte: 43 locais
  • Sergipe: 4 locais
  • Piauí: 1 local

Origem da substância

Há suspeita de que a contaminação tenha relação com navios petroleiros. A hipótese é que algum deles tenha efetuado uma limpeza nos tanques e despejado os rejeitos no mar.
Em entrevista ao G1 na sexta-feira (27), o diretor da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco, Eduardo Elvino, disse que o órgão está atuando em conjunto com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) para identificar possíveis fontes do vazamento.
O trabalho envolve analisar imagens de satélite que abrangem 187 quilômetros do litoral dos estados de Pernambuco e Paraíba. Segundo Elvino, ainda não é possível apontar quais navios podem ser responsáveis pela tragédia ambiental porque a análise está em estágio inicial.
"Com essa varredura das imagens de satélite a gente identificou os pontos no mapa que podem ser navios, e aí estamos analisando a existência de pontos pigmentados ao lado desses possíveis navios. Esses pontos coloridos podem ser realmente manchas de óleo, mas também podem ser cardumes de peixe ou concentrações de alga, por exemplo. São várias possibilidades", explica Elvino.
Segundo o coordenador do sindicato dos trabalhadores na indústria do petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE/PB), Rogério Almeida, a prática é proibida, mas ainda é realizada.
"É um óleo grosso, quase um piche. Pode ser rejeito de um navio após a limpeza dos tanques. Muitos navios continuam fazendo isso e deve ter caído em uma corrente marítima", disse Almeida.
De acordo com Elvino, com a identificação das correntes marinhas, "existe a possibilidade de identificar o navio que fez a referida rota" e tentar rastrear se "o piche encontrado nas praias faz parte do combustível dos navios". Segundo o analista, pela legislação, o produto deve ser descartado nos portos, onde empresas especializadas recolhem o material.

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