domingo, 16 de novembro de 2014

Bolsistas dizem que Dilma é a mãe da pobreza


Beneficiária do Bolsa-Família, Wilma Maria

Em Camalaú, o voto do Bolsa-Família é assumido sem papas na língua. “Eu votei em Dilma porque ela a mãe dos pobres, me ajuda”, diz Wilma Maria Bezerra da Silva, 24 anos, encontrada na periferia da cidade. Ela conta que percebe R$ 146 por mês, mas reclama que a ajuda já foi maior, em torno de R$ 170. “Não sei o que ocorreu, mas recebi este mês com corte”, contou.

Dilma não arrebatou apenas o voto dela isolado. Wilma faz as contas na ponta dos dedos dos familiares e conclui: “Na minha família, foram 15 votos para nossa mãezona”, diz, exibindo o cartão magnético do programa, cuja ajuda é sacada num posto da CEF. Ao seu lado, quase porta a porta, Cícera Pereira conta que está no programa há mais de quatro anos.

Com dois filhos na escola, recebe R$ 170. “É minha salvação. A presidente Dilma, pelo amor de Deus ponha isso aí, é minha segunda mãe”, afirmou. Já o morador Antônio Alves Bezerra, de 56 anos, está no programa, mas foi encontrado na rua Luiz Gonzaga, nos arredores de Camalaú, fazendo um bico para a Prefeitura.

Antônio Alves recebe o Bolsa, mas trabalha para complementar a renda

Ele saiu do sítio Roça velha, onde morava, porque a seca torrou toda a sua produção de milho e feijão. “O jeito foi a gente se arrumar por aqui e pedir socorro ao Governo”, diz Bezerra, entre uma escavada e outra numa obra de calçamento em seu bairro “fichado”, segundo ele, por uma empresa terceirizada e não pela Prefeitura.

Francisca Bezerra foi cortada do programa após a morte do marido

Mas nem todo mundo está feliz em Camalaú com o Governo entre as famílias dependentes dos programas sociais. A doméstica Francisca Bezerra da Silva, a Chiquinha, mãe de três filhos, 54 anos, afirma que foi abruptamente cortada do Bolsa-Família depois que o marido morreu. “O que eles alegam é que não tenho mais direito porque passei a receber a pensão do meu marido. Mas, e meus filhos que estão na escola?”
Ivone Ferreira deixou de receber o Bolsa-Família porque montou um comércio na cidade

Ivone Ferreira Feitosa recebia ajuda Bolsa-Família até seis meses atrás, mas bastou abrir um ponto de venda no bairro em que reside para ser cortada. “Eu recebia R$ 102 da bolsa e mais R$ 80 do programa Bolsa Estiagem, mas me cortaram tudo porque hoje tenho essa pequena panificadora”, reclama.

Ela não se conforma porque teria descoberto que muita gente, em situação semelhante, ou seja, com algum tipo de renda, tem sido beneficiária do programa. “A gente sabe aqui que tem servidor da Prefeitura recebendo dinheiro do Bolsa-Família, mas ninguém dedura com medo de perseguição”, desabafa

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