sábado, 14 de julho de 2012

Eduardo Campos faz as pazes com Dilma



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“Entendemos que a parceria nacional, para tocar em frente o Brasil, é maior do que as eleições municipais. Temos que saber conviver com essa diversidade no campo político. O povo é que vai se posicionar com o seu voto” —  declarou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em defesa da pacificação do PSB com o PT.
Escrito por Tarcísio Holanda
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, acaba de fazer as pazes com apresidente Dilma Rousseff, à noite de segunda-feira, em jantar no Palácioda Alvorada, ao qual estiveram presentes o governador do Ceará, Cid Gomes, do PSB, como Campos, a ministra da Coordenação Política do Palácio doPlanalto, Ideli Salvatti, e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Após o jantar, Eduardo Campos declarou-se em paz com o PT, contra o qual o PSB disputa espaço em Recife, Fortaleza e Belo Horizonte. O ministro paranaense Paulo Bernardo esteve no jantar por causa de uma outra disputa em que se empenham o PT e o PSB na cidade de Curitiba. Ali, o PSB está empenhado na reeleição do prefeito Luciano Ducci, em uma coligação que inclui o PSDB,enquanto o PT do ministro Paulo Bernardo luta para eleger Gustavo Fruet, do PDT, ex-tucano que se notabilizou como antipetista.
Ao argumentar em defesa da pacificação entre as duas legendas, Eduardo Campos declarou: “Entendemos que a parceria nacional, para tocar em frente o Brasil, é maior do que as eleições municipais. Temos que saber conviver com essa diversidade no campo político. O povo é que vai se posicionar com o seu voto”. O governador deseja mostrar que está com o governo. O Lula acima de tudo. O ministro Paulo Bernardo não ficou atrás, indo na mesma linha conciliatória: “Não podemos misturar eleição municipal com o contexto nacional”. Enquanto isso, o presidente do PSB, Eduardo Campos, declarava sua fé no governo de Dilma: “Temos enorme simpatia pelo governo dela”.
Indagou-se se os conflitos entre o PSB e o PT não seriam um sintoma de que Eduardo Campos poderá ser candidato a presidente da República nas eleições de 2014, ao que o governador de Pernambuco retrucou: “A base da democracia é o contraditório”. Mas revelou preocupação em acrescentar que “não existe campo político” para sua candidatura ao Planalto. Também se indagou ao governador sobre a hipótese de o ex-presidente Lula dar seu apoio aos candidatos do PT, o que ele deixa claro que fará em Recife. “O Lula está acima de qualquer partido, é uma referência do povo. A gente não pode transformar o Lula em instrumento de luta política” —  declarou o governador Eduardo Campos, conciliatório. Ou seja, o PT não pode recorrer à sua força para utilizá-la contra o PSB, seu aliado. Em política, a paz existe até que a guerra recomece. Faz parte do jogo. O PSB poderá vir a ser adversário do PT, seja em 2018 ou um pouco mais adiante. Mas o governador Eduardo Campos tem motivos para se mostrar um aliado fiel e digno de confiança.
Dilma abre o bolso para os aliados. Nos termos da legislação eleitoral, o governo só pode liberar recursos financeiros para obras e convênios novos até o dia 6 de julho. Conhecedor dos limites impostos pela lei, o governo tratou de se aproveitar da oportunidade que tinha, determinando o empenho, na primeira semana do mês, da soma de R$ 823,7 milhões em emendas parlamentares. É a forma que o Palácio do Planalto tem para harmonizar as suas relações com os parlamentares dos diferentes partidos que lhe dão sustentação política e parlamentar nas duas Casas do Congresso.
Segundo dados disponíveis no Siafi, sistema que registra os gastos do governo, verifica-se que, só no dia 6 de julho, data limite imposta pela lei para as liberações, empenharam-se R$ 402 milhõe sem emendas parlamentares. Coube à ministra da Articulação Política, Ideli Salvatti, a negociação em torno dessas liberações. As prefeituras dos parlamentares, beneficiadas com as liberações, já poderão iniciar as obras e programas os seus gastos. Os autores das emendas poderão se aproveitar das liberações para mostrar aos eleitores que cuidam dos seus interesses no Congresso. Mais de R$ 20 bilhões liberados. Em todo o primeiro semestre, o Palácio do Planalto liberou um total de R$ 1,88 bilhão dessas emendas, o que corresponde a 9,01% dos R$ 20,8 bilhões que deputados e senadores previram de recursos no Orçamento da União para 2012.
Na teoria, as verbas previstas no Orçamento terão que ser liberadas. Ocorre que o orçamento da União no Brasil é facultativo, o que significa que a liberação depende da disponibilidade de recursos, ou, em outras palavras, da boa vontade do governo para liberar a verba. E é isso que faz a diferença. Claro que muitas dessas emendas atendem ao interesse coletivo, mas não poucas atendem a interesses políticos e econômicos. Todos estão lembrados do escândalo dos “Anões do Orçamento”, de 1993, que ocorreu logo depois da queda de Fernando Collor e que consistia numa associação corrupta de parlamentares e empreiteiras. Foi instalada uma CPI. Seis deputados tiveram seus mandatos cassados e quatro renunciaram.Triste história. [ Do JB ]
Por Jornal de Caruaru

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