quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mais de 18% dos jovens menores de 18 anos já dirigiram, diz pesquisa

É alto o índice de jovens menores de 18 anos - e, portanto, sem habilitação - envolvidos em acidente de trânsito: mais de 18% desse público já dirigiu um veículo sem autorização. Para combater essa prática, o Detran leva, até as escolas, um programa de educação no trânsito.

“A gente tenta levar o assunto para as escolas, no sentido de tentar levar lições de cidadania no trânsito. É uma prática que leva anos. Agora, estamos explorando os adolescentes, porque esses vão ser os próximos habilitados. Eu acho que por meio da educação, a gente consegue sensibilizar a população, levar essa mensagem e mudar a realidade aos poucos”, diz o coordenador do Educação de Trânsito, Marcelo Tenório (foto 3).

Motos

No ano passado, foram mais de 188 mil multas aplicadas em motoristas entre 26 e 45 anos. No caso dos motociclistas, são responsáveis por quase 32 mil multas, principalmente na faixa etária que vai de 26 a 35 anos.

O diretor de fiscalização do Detran, Sérgio Lins, faz um alerta sobre uma prática bem recorrente: conduzir moto sem capacete ou com a viseira levantada pode levar a uma multa gravíssima. “Sete pontos na carteira, R$ 191, é aberto um processo administrativo contra a pessoa e também dá suspensão do direito de dirigir”, explica.

Segundo ele, esse é um tipo de notificação de proteção. “Tem que estar com o capacete, tanto o condutor quanto quem ele transporta. Sem a viseira pode vir um cisco, uma pedra, qualquer tipo de coisa que atinja o rosto, aí pode desconcentrar o piloto, ele pode cair e a consequência da queda numa moto é grave. É importante essa conscientização. O trânsito está muito ligado à educação e conscientização”, afirma Sérgio Lins.

Relato de uma mãe

Já são dois anos e quatro meses de angústia para a auxiliar de enfermagem Lucilene Costa Dias (foto 5). O filho caçula, Diego, tinha 16 anos e, embora não tivesse nenhuma experiência de pilotagem, pediu uma moto emprestada para voltar para casa, depois de uma festa. A dois quilômetros de casa, se desequilibrou e bateu num poste. Ele resistiu por duas horas e depois morreu.

Desde então, a vida de Lucilene desmoronou. “Hoje eu sou uma mulher sem vida, meu filho se enterrou e eu fui junto. Acabou com minha vida, eu vivo sob medicação. Minha mãe desmoronou desde que Diego faleceu, ela não é mais a mesma. Eu sou uma mulher mutilada. Eu era mãe e pai dele. Eu não consigo ir ao Parque das Flores, porque eu não acredito que ele está lá”, conta, emocionada.

Lucilene ainda doou as córneas de Diego. Hoje passa as noites na internet, em comunidades de mães que perderam filhos. Ela reflete sobre o papel de mãe, de família: “Eu peço às mães, que a gente faz tudo pelo filho, achando que está fazendo o bem para ele, mas não está. Se eu fosse mais rígida... Eu sei que a gente não consegue proteger um adolescente, mas é sempre dizer ‘não’. Diego pegou a moto, eu acho que ele tinha aprendido naquela semana. Eu dei liberdade para ele, meu filho viveu intensamente, fez tudo que deveria fazer. Mas eu acho que eu não fiz certo, eu deveria ter prendido mais, ter sido mais rígida...”.

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