O imbróglio sobre se o PT terá ou não a vaga de vice de João Campos, no Recife, só deve ter um ponto final nas convenções partidárias, que acontecerão entre julho e agosto deste ano. Em entrevista exclusiva à Rede Pernambuco de Rádios e ao blog do Alberes Xavier, o deputado estadual e ex-prefeito do Recife, João Paulo, afirmou que não acredita que o partido terá a vice na capital pernambucana e classificou a situação como humilhante.
João Paulo lembrou que, nas eleições de 2022, o PT abriu mão de disputar o Governo de Pernambuco e decidiu apoiar o nome de Danilo Cabral. Também lembrou que o presidente Lula escolheu Geraldo Alckmin, que se filiou ao PSB justamente para ocupar o cargo de vice-presidente. No entanto, segundo o deputado, mesmo diante de todas essas ações do Partido dos Trabalhadores favorecendo o PSB, os socialistas não estão retribuindo da mesma forma no Recife.
Ele também relembrou outras alianças com o Partido Socialista Brasileiro na capital. “Eu quando fui prefeito, o vice que nós escolhemos foi do PSB, que foi Milton Coelho. Com João da Costa (PT), o vice era do PSB. Então, com o quadro que há hoje, há um certo sentimento que o PSB não quer, não precisa e não aceita o PT na vice”. No entanto, João Paulo reconhece que há uma insistência de alguns de seus companheiros de partido na perspectiva da indicação da vice.
“Eu acho que alguns companheiros, pela forma que nós renunciamos à indicação de Humberto para o Governo do Estado, apoiando Danilo, entendeu que havia um certo compromisso do prefeito em apoiar o vice do PT. Mas isso não havia. Tudo ele sinalizava que não iria. Eu acho que o PT não terá a vice, por mais que coloquem a responsabilidade para Lula definir. Lula não define quem será o vice, quem define será o atual prefeito”, falou o deputado.
“Por tudo o que Lula fez aqui, com o ex-governador Eduardo Campos, e vem fazendo agora na sua atual gestão, não precisaria nem que o presidente tivesse dando uma sugestão de nome. Acho que esse processo está muito ruim, o que parece muito mais uma situação de subordinação e humilhação. Não acredito que o PT terá a vice e, mesmo que tenha a vice, eu acho que parte da militância terá dificuldade de apoiar o prefeito”, complementou.
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