quarta-feira, 7 de novembro de 2018

UFPE aciona Ministério Público Federal para investigar panfleto que ameaça alunos e professores


Caso ocorreu no Campus Recife da UFPE — Foto: Ascom UFPE/Divulgação

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) acionou o Ministério Público Federal (MPF), nesta quarta (7), para investigar os autores de um panfleto que lista professores e estudantes que “serão banidos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) em 2019” devido ao seu posicionamento político-ideológico e à sua orientação sexual.
O MPF informou que a representação da UFPE vai ser distribuída para um procurador da República, que ficará à frente do caso. A universidade abriu uma sindicância para apurar o fato e informou que também vai acionar a Polícia Federal (PF).
No material, alguns dos citados são chamados de "doutrinadores", "comunistas" e "viados". Um dos professores é apontado como "uma ameaça à moral e aos bons costumes cristãos com um exército de viados, travecos, feminazis, prostitutas e todos os tipos de degenerados que atuam contra a família".
O texto chama as pessoas citadas de “escória” e traz críticas a objetos de estudo dos alunos, como a adoção de crianças por casais homossexuais, chamada de “adoção de crianças por viados e travecos”.
Por meio de nota, a UFPE afirmou “não admitir, sob qualquer hipótese, que a violência ameace as liberdades de cátedra e individuais”. No texto, a universidade também aponta que casos como esse podem ser denunciados à instituição através da Ouvidoria Geral da UFPE, no site da universidade.
Também através de nota, o professor José Luiz Ratton, coordenador do programa de pós-graduação em sociologia da UFPE e um dos citados na lista que circulou pelo CFCH, afirmou que “as providências legais estão sendo tomadas institucionalmente para proteger a todos”.
“Os ataques dirigidos a nós são, fundamentalmente, ofensas às várias e desejáveis formas de afirmação da cidadania brasileira, à autonomia da universidade pública, às liberdades civis, à democracia”, traz o texto do docente.
G1 entrou em contato com a PF para questionar se algum procedimento vai ser adotado diante do caso e aguarda retorno do órgão.

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