sexta-feira, 24 de julho de 2015

Homicídios caíram em maio, mas assaltos continuam crescendo. Sensação de insegurança aumenta

Letícia Lins
Jornal do Comércio
Moradores da Imbiribeira participam de festa religiosa até sábado e domingo fazem protesto contra eclosão de assaltos.
Moradores da Imbiribeira participam de festa religiosa até sábado e domingo fazem protesto contra eclosão de assaltos (Divulgação)

Apesar da redução  registrada no número de homicídios no mês de maio – 3,4 por cento a menos do que mesmo período do ano anterior – ainda não há motivo para se comemorar, na área de segurança pública. Afinal, aquele percentual ocorreu depois de 14 meses com os números dos crimes violentos letais intencionais em alta, e ainda não se sabe o que ocorrerá até o final do ano. Mas uma coisa é certa: a sensação de insegurança está nas ruas, seja na capital, região metropolitana ou no interior. Não é para menos. Números colhidos pelo JC nas ruas na Secretaroa de Defesa Social indicam que a quantidade de assaltos vem crescendo. E muito.
Não são poucas as queixas que chegam ao JC, sejam de bairros sofisticados como o de Boa Viagem, ou populares, como Ibura e Cordeiro. Ou mesmo daqueles localizados no centro, como o Cais de Santa Rita. As últimas reclamações mais contundentes chegaram da Imbiribeira, na Zona Sul. No próximo domingo, um dia após o encerramento da Festa de São Cristóvão, jovens realizam a Pedalada da Paz, para chamar atenção das autoridades de segurança contra a eclosão de assaltos na localidade. Denúncias que chegaram ao JC indicam que eles vêm ocorrendo normalmente praticados por marginais em dupla, a pé, de bicicleta, de cinquentinha, ou até a cavalo. Os números confirmam o teor das reclamações.
Levantamento feito pelo JC nas ruas, junto à SDS, indicou que na Área Integrada de Segurança 3 – onde fica o bairro – o número de crimes violentos contra o patrimônio cresceu 20,80 por cento no primeiro semestre de 2015, em relação a igual período do ano passado. Foram 3 mil 432 assaltos contra 2 mil 841 de 2015.  A AIS-3 é formada pelos bairros de Imbiribeira, Boa Viagem, Brasília Teimosa, Cohab, Ibura, Imbiribeira, IPSEP, Jordão, Pina. Em Boa Viagem, quiosques da beira-mar se queixa da constância com que os assaltos e arrombamentos têm ocorrido.
O problema parece estar se generalizando. Ninguém sabe se movido pelo desemprego – que está aumentando – ou pela inoperância da polícia, que não esconde de ninguém a falta de motivação. Recentemente, em protesto pelas ruas do centro, policiais civis chegaram a fazer o enterro simbólico do Pacto pela Vida. Vindo de onde veio, dá para se pensar o que pode acontecer em futuro não muito distante. Um delegado que pediu para não se identificar, informou que a crise nas polícias, principalmente na civil, vai além da insatisfação com salários. “Falta de papel higiênico a água mineral, de equipamentos a papel ofício”, revelou.
Em 2007, o número de assaltos no Estado chegou a 69 mil 717, quando o Pacto pela Vida ainda estava em implantação. Em 2013, eles eram bem menos: 52 mil 656. Mas em 2014, os números começaram a aumentar, e de forma assustadora: passaram para 65 mil 226. No primeiro semestre de 2015, a situação não é diferente, e o percentual de aumento já chega a 19,69 por cento, em relação a igual período do ano passado. De janeiro a junho de 2014, a população pernambucana enfrentou 32 mil 210 assaltos. No mesmo período de 2015,  eles já somam 38 mil 553.  Assaltos a ônibus também aumentam, como mostrou o JC de quarta-feira. Eles já são 34 por cento a mais do que no primeiro semestre do ano passado. Depois não venha se dizer que a população está ficando neurótica. É sensação de insegurança mesmo. Motivada pelo que se vê nas esquinas, nas ruas, nas praias, nas avenidas.

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