Tricolor cresce no momento decisivo e conquista a quarta taça nos últimos cinco
anos. Carcará tentava ser o primeiro campeão do interior em 100 anos de história
No momento decisivo, a camisa pesou. O Santa Cruz cresceu. Um herói apareceu. Até a final deste domingo, eram duas derrotas, um empate e nenhum gol marcado em três jogos contra o Salgueiro, que se acostumou a ser algoz do Tricolor desde o ano passado, quando venceu a disputa pelo terceiro lugar no estadual e ficou com a vaga na Copa do Nordeste. Estava atravessado na garganta do torcedor coral. O jejum durou até os 24 minutos do segundo tempo. Até Anderson Aquino aparecer. Logo ele, a surpresa na escalação de Ricardinho. Logo ele, absolutamente discreto antes do lance decisivo. Um golaço! É o 28º título Pernambucano da história do Santa Cruz. O quarto nos últimos cinco anos.
Mais de 46 mil tricolores fizeram a festa no Arruda. Com o empate sem gols na primeira partida, no Sertão, a vitória por 1 a 0 coroou a improvável campanha coral. De início nebuloso e desfecho surpreendente. Como esquecer as derrotas para Sport e Serra Talhadas, ambas por 3 a 0, nas duas primeiras rodadas. A desconfiança em torno de um elenco totalmente reformulado, sob o comando de um técnico que ainda tem muito a provar. Com o título, Ricardinho sobe degraus na carreira. O Salgueiro tentava ser o primeiro campeão do interior em 100 anos de história do Campeonato Pernambucano.
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A atmosfera do Arruda - lotado com mais de 50 mil tricolores - não pareceu intimidar o calejado time do Salgueiro. Num primeiro tempo de poucas oportunidades, o Carcará, em nenhum momento, adotou postura de time pequeno. Precavido, mas consciente de uma proposta de jogo bem definida, fruto do entrosamento construído ao longo de anos.
Anderson Aquino comemora o gol do título tricolor no Arruda (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)
Os sertanejos equilibraram as ações, mas pouco incomodaram no ataque. Mesmo sem uma pressão efetiva, quem esteve mais perto do gol foi o Tricolor. Bruninho, Edson Sitta e Emerson Santos levaram perigo à meta de Luciano.
Ao fim do primeiro tempo, estava mantido o tabu: no quarto jogo entre os dois times este ano, o Tricolor ainda não tinha conseguido marcar um gol no Carcará.
Ao fim do primeiro tempo, estava mantido o tabu: no quarto jogo entre os dois times este ano, o Tricolor ainda não tinha conseguido marcar um gol no Carcará.
Aos 14 minutos da segunda etapa, Ricardinho atendeu ao clamor das arquibancadas e acionou o xodó da torcida: Renatinho substituiu Emerson Santos. O tempo passava e o Santa tentava impor seu ritmo, mas o jogo seguia equilibrado. Cada vez mais tenso. A história mudou aos 24 minutos. Até então apagado, Anderson Aquino apareceu. Tabelou com João Paulo, fintou o marcador e acertou, de fora da área, um chute certeiro no cantinho de Luciano. Golaço. Para enlouquecer o Arruda.
"O campeão voltou!", começou a cantar feliz o torcedor tricolor. Enfim, o Santa furava o bloqueio do Salgueiro e encerrava o jejum de gols contra o adversário. Anderson Aquino deixaria o gramado menos de 10 minutos depois, substituído por Bileu. Ovacionado. Atacante que é, ele só precisou de uma bola. É o mais novo personagem da história centenária do Santa Cruz.
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