quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Água Preta vive clima tenso e de acirramento para eleição

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Quarta cidade pernambucana a voltar às urnas em eleição suplementar no próximo domingo (3), Água Preta, a 100 km do Recife, na Zona da Mata Sul do Estado, vive uma verdadeira efervescência política. Faltando apenas três dias para o pleito, o clima é marcado por um grande acirramento, troca de acusações e bate-boca pelas ruas.O cenário da cidade mudou radicalmente. Não há uma só casa, rua ou bairro que não esteja repleto de bandeiras. As de cores laranja e amarelo representam a corrente do candidato do PDT, Armando Souto, o mais votado na eleição anulada em 2012, mas que não tomou posse.Armando foi traído pelo seu próprio partido, que não reconheceu a sua convenção. Segundo mais votado, Eduardo Coutinho (PSB) tomou posse e governou até agosto deste ano, quando a justiça eleitoral decidiu pela sua cassação e, consequentemente, a convocação de uma nova eleição.Em seu lugar, assumiu o presidente da Câmara de Vereadores, Elias de Alegrete (PPN), que se engajou na campanha do socialista. As bandeiras vermelhas representam a coligação de Eduardo e são vistas, também, colorindo fortemente a cidade.
Embora a justiça eleitoral proíba brindes e camisas, os eleitores de ambos os candidatos saem às ruas vestidos com as cores das suas preferências. Até bonés foram encontrados à venda em barracas.

A política de Água Preta tem uma forte tradição de radicalismo. A impressão que passa é que a cidade está rachada ao meio. “Mas é só impressão, vamos ganhar com uma grande frente como se deu na eleição passada”, diz Armando, candidato oposicionista.

“O melhor é a surpresa, a virada”, diz, por sua vez, o deputado estadual João Fernando Coutinho (PSB), filho do candidato do PSB. Para ele, se difundiu a versão de que Armando seria o favorito sem que esse sentimento esteja sedimentado no seio da população.

A família Coutinho controla o poder local há muitos anos, mas nunca trabalhou com a hipótese da eleição suplementar. Por isso mesmo, Armando usa carros de som pelas ruas da cidade batendo nessa ferida. O locutor fala em arrogância e prepotência do grupo Coutinho, que teria desafiado a justiça a marcar uma nova eleição. “Eles diziam que mandavam até na justiça, não queriam de jeito nenhum uma nova eleição e por isso mesmo estão tremendo de medo”, acrescenta o locutor.


Para contrapor à aparente força do adversário, que bate no peito e garante que vencerá novamente com uma frente maior do que a da eleição passada, Eduardo Coutinho usou a estratégia de explorar a força e o prestígio do governador Eduardo Campos (PSB). No comício de encerramento, ontem (30), a fala de Eduardo apareceu num telão.
Pelas ruas, um carro de som reproduz um depoimento do governador destacando as qualidades do candidato do PSB. Nele, Eduardo faz um balanço das ações em favor do município e diz confiar no voto do eleitor de Água Preta para “a cidade continuar no rumo do crescimento”.
Aliados do governador vieram em peso, ontem, para o encerramento da campanha de Eduardo Coutinho. Entre os socialistas, até o prefeito do Recife, Geraldo Julio, discursou.  Também presentes, o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, e o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.
Representando oficialmente o governador falou o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar. Foram vistos no comício, antecedido por uma grande carreata, vários deputados estaduais, como Clodoaldo Magalhães, Aglailson Júnior e Ângelo Ferreira. Hoje, a expectativa fica por conta do comício de Armando Souto.
A reta final da campanha está sendo marcada, também, por denúncias de compra de voto e de aliciamento. Maria José, conhecida como “Fia”, conta que seu cunhado recebeu dinheiro de um candidato que não quis revelar o nome. “Aqui, muita gente recebeu dinheiro e favores. Moisés, meu cunhado, foi um deles. Ganhou R$ 300”, contou.

“Fia” mora na Nova Água Preta, conjunto habitacional de 1,5 mil casas construído pelo Governo do Estado em parceria com a União, para famílias que perderam suas casas nas enchentes de 2010. Lá, é possível observar o retrato da disputa eleitoral: todas as casas, sem exceção, têm bandeiras de candidatos. (Magno Martins)

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