terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dor de cotuvelo



POSTADO ÀS 17:49 EM 27 DE SETEMBRO DE 2011
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foi hoje (27) à tribuna para anunciar seu voto contrário à indicação da deputada federal Ana Arraes (PSB-PE) para o cargo de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). Após a votação pela Câmara dos Deputados, que ocorreu no último dia 21, o nome da parlamentar também precisa ser submetido ao plenário do Senado. “Sinceramente, preferiria não vir a esta tribuna para falar sobre a mãe de um governador, ainda mais sendo do meu Estado. Mas as circunstâncias em que essa escolha ocorreu me obrigaram a esse posicionamento”, justificou Jarbas.

O senador pernambucano elogiou o trabalho que o TCU vem realizando nos últimos anos. “Com uma atuação irrepreensível, a instituição conseguiu ampliar o respeito que já tinha no âmbito da sociedade. Esse trabalho do TCU o colocou como um dos alvos preferenciais de críticas do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que, em palanques pelo País afora, se queixou das fiscalizações e denúncias de irregularidades nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC”.

Para Jarbas Vasconcelos, as críticas do ex-presidente dirigiam-se ao que o Tribunal tem de melhor, a independência de seu corpo técnico e de seus atuais Ministros. “O TCU, ao longo de sua história, é imune à ingerência política e ao aparelhamento partidário, seus servidores são concursados e possuem alta qualificação, fato que incomoda aqueles que encaram o Estado como propriedade privada”.

O peemedebista também voltou a ler a nota que distribuiu à Imprensa e leu da tribuna do Senado na quarta-feira da semana passada, quando da eleição de Ana Arraes pela Câmara dos Deputados: “Infelizmente, o resultado da eleição para o TCU é o retrato do Brasil em que vivemos. Vivemos num País que precisa dar um salto de qualidade, sem corrupção, sem aparelhamento do Estado e sem nepotismo. Mas o meio político brasileiro vai no caminho inverso, anda na contramão do século 21. É bom lembrar que foi essa mesma Câmara que inocentou Jaqueline Roriz há três semanas, contra toda a pressão da opinião pública. Um governador – seja ele quem for – deixa os seus afazeres, deixa de cuidar dos interesses do Estado para eleger a mãe para o Tribunal de Contas da União. É um absurdo, não é uma coisa natural, não é uma prática republicana. É um exemplo do vale-tudo na política. Se o que ocorreu na Câmara nas últimas semanas não é nepotismo, não é abuso do poder político e uso da máquina, eu não sei mais o que é. Quando chegar uma determinada conta do Governo Eduardo no TCU, qual será a postura da nova ministra? Ela estará sempre sob suspeição. Isso não é modernidade, é nepotismo, é política do compadrio, do coronelismo. É atraso do pior tipo possível.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ari Custódio se filia ao MDB : Um Novo Capítulo na Política Local

  O cenário político local recebeu um novo impulso com a filiação de Ari Custódio ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Ari, conhecido ...