sábado, 28 de junho de 2014

FELIPÃO ELOGIA NEYMAR, TEME POR LESÃO DO CRAQUE E ADMITE ERROS DA SELEÇÃO


Felipão abraça Neymar após o jogo. Foto: AFP
Felipão abraça Neymar após o jogo. Foto: AFP
O técnico Luiz Felipe Scolari não economizou nos elogios ao atacante Neymar após a classificação do Brasil para as quartas de final da Copa do Mundo com a vitória por 3x2 sobre o Chile nos pênaltis, após empate por 1x1 no tempo normal e na prorrogação, no Mineirão, em Belo Horizonte. Para ele, o jogador, de 22 anos, tem a experiência de um veterano. Mas o treinador exibiu preocupação com a condição física do atacante, que atuou durante quase toda a partida com dores na coxa, em razão de uma pancada.

"O Neymar é assim. Hoje (sábado), jogou praticamente 75 minutos com uma pancada na coxa muito forte", disse o treinador, em entrevista coletiva. "A perna está desse tamanho! Conseguiu jogar porque adora o que faz. Joga por amor a profissão, esquece que é Copa do Mundo e faz isso com naturalidade", completou.

Felipão, inclusive, manifestou preocupação com a possibilidade de não contar com Neymar no próximo compromisso do Brasil na Copa, na próxima sexta-feira, em Fortaleza, contra o vencedor do jogo entre Uruguai e Colômbia, pelas quartas de final da Copa. "Neymar fez um esforço muito grande. Vai ficar inchado por alguns dias e talvez estejamos com um problema grande para o próximo jogo", disse.

Com quatro gols marcados, Neymar é um dos destaques da Copa, mas não chegou a ter uma atuação brilhante diante do Chile. Mesmo assim foi importante na classificação brasileira às quartas de final. Ele, inclusive, bateu o último pênalti da equipe, colocando o time em vantagem por 3x2, antes de Jara acertar a trave no último pênalti do Chile.

"Neymar tem 21, 22 anos, mas tem experiência de quem tem 35. É um jogador maduro e pronto. Lida com a dificuldade de não ter a idade naturalmente. É muito bom mentalmente. Detalhes na vida dele que indicam que está pronto desde os 17 anos. Gosta de jogar futebol. No pênalti, bateu como se estivesse numa pelada na praia em Santos", elogiou.

Além de converter o seu pênalti, Neymar cobrou o escanteio que redundou no gol de David Luiz. Tudo isso, de acordo com Felipão, mesmo com as dores da pancada que sofreu, fez o treinador recordar do jogo entre Portugal e Holanda, pela Copa de 2006, quando perdeu Cristiano Ronaldo logo no começo do duelo, lesionado.

"Me lembrei de quando era técnico de Portugal e, aos dez minutos, o Boulharouz quebrou o Cristiano Ronaldo no meio. Aí, ele saiu com 15 minutos", disse. "O Neymar precisa ser valorizado pelo seu esforço. Teremos alguns dias para colocá-lo em campo no próximo jogo", completou o treinador da seleção.
ERROS - Apesar de elogiar a atuação da seleção, Felipão reconheceu que o seu time poderia ter tido sorte diferente em razão de alguns erros cometidos durante o duelo. O que mais irritou o treinador foi o lance do gol chileno, marcado por Alexis Sanchez aos 32 minutos do primeiro tempo e iniciado em uma cobrança de lateral, em uma jogada em que o atacante Hulk falhou.

"Fizemos o gol, mas depois tomamos um de lateral, algo que não se admite no nível em que nós estamos. Depois, tivemos mais três ou quatro chances que perdemos por detalhes, por pensar demais. Aí, se corre mais riscos do que em outros momentos. Foi um jogo igual, com mesma posse de bola e chutamos mais", disse.

Como destacado por Felipão, o Brasil finalizou mais vezes do que o Chile - 23 a 13 - e a posse de bola foi bem semelhante, 49% a 51%, mas a chance mais clara de gol que acabou não sendo convertida foi dos chilenos, aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação. E a jogada foi lembrada pelo treinador. "Temos que cometer menos erros nas partidas eliminatórias. Não precisamos ter a sorte da trave aos 119 minutos", afirmou.

Felipão também reconheceu que a pressão de disputar uma partida decisiva de Copa em casa pesou e deixou os jogadores tensos em campo pela obrigação de vencer. "A equipe é nova. Mesmo os mais experientes sentem porque a Copa é algo completamente diferente na parte emocional, não é um jogo comum. Como a gente tem muita gente nova, aos poucos eles vão acrescentando experiência. Willian bate bem os pênaltis nos treinos e errou. Mas isso vai acrescentar algo para ele no futuro", disse.

Assim, o treinador espera que a emoção da classificação se transforme em bons frutos a partir do jogo da próxima sexta-feira, em Fortaleza, pelas quartas de final da Copa. "Quando a gente ganha com essa emoção, dessa forma, a gente pode fazer disso uma coisa boa, ver que valeu a pena. Vamos buscar os detalhes e valorizar os melhores momentos", comentou.

O treinador da seleção também fez elogios ao Chile e destacou, mais uma vez, que vem elogiando o adversário deste sábado desde o ano passado. "Como havia manifestado antes, quando soubemos do sorteio, sabia que teríamos dificuldade grande contra o Chile. É um time organizado, com bom sistema tático, bons jogadores e que fez um jogo muito equilibrado, tanto que foi para os pênaltis. Uma vitória que não desmerece o Chile, foi brilhante também", avaliou.

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