domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cerveja do homem primitivo tinha grãos, palha e era servida com canudo…



Modelo de madeira mostra egípcios fazendo cerveja. Objeto está no Rosicrucian Egyptian Museum em San Jose, na California (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)
Modelo de madeira mostra egípcios fazendo cerveja. Objeto está no Rosicrucian Egyptian Museum em San Jose, na California (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)

Num jarro de cerâmica, homens bebem um líquido bege com grãos e palha flutuando. Um canudo feito de junco passa de um para o outro, até eles se sentirem embriagados. O ritual era comum tanto para o homem de 12 mil anos atrás como para nós. No centro da mesa, a cerveja.

A bebida que vemos hoje sendo servida gelada, com espuma e com gosto amargo, mudou muito desde que foi “descoberta”, há aproximadamente 10 mil anos. Naquela época, o homem havia acabado de abandonar o modo nômade e tinha passado a se fixar e a seenvolver com a agricultura. Ao cultivar grãos, ele percebeu que eles ficavam com gosto doce quando embebidos em água e que passavam por uma verdadeira transformação se ficassem assim por muitos dias. A fermentação do açúcar por leveduras fazia o “mingau” de cereais virar uma substância efervescente e embriagante. Estava feita a cerveja.
Depois da descoberta, veio o aprimoramento da bebida. A adição de mel, frutas, ervas e temperos produzia cervejas dos mais variados sabores – eram pelo menos 17 tipos. As referências a elas eram variadas: “a celestial”, “a boa e bela”, “a produtora de alegria”.

Em entrevista ao G1, por e-mail, o autor do livro “História do mundo em seis copos”, Tom Standage, disse que a cerveja antiga era muito diferente da que temos hoje. “Era mais fraca de álcool, não tão efervescente e não continha o lúpulo, que tem um gosto amargo e só foi introduzida na cerveja há mil anos, pelos europeus.” Ele afirmou que a cerveja antiga sem lúpulo, que ainda é produzida hoje em alguns lugares, tinha um sabor mais parecido com o de vinho.

Nutritiva

Segundo Standage, a cerveja se tornou muito importante para o homem primitivo, pois quando ele se sedentarizou em vilarejos e se tornou agricultor, seus suprimentos de água eram mais propensos a se tornarem poluídos, causando doenças. “A cerveja era uma bebida segura, pois a água era fervida. E também era uma fonte de nutrientes, uma parte importante da dieta em muitas partes do mundo. Até as crianças bebiam.”

Social

Muitos dos rituais culturais associados à cerveja ainda existem nos dias de hoje. O fator social da bebida está presente desde os primórdios de seu surgimento. Para o homem primitivo, o canudo não era apenas usado para filtrar a palha e os outros fragmentos presentes na cerveja, mas sim porque permitia que muitas pessoas compartilhassem o mesmo líquido. Ainda hoje, escreve Standage, “partilhar uma bebida com alguém é um símbolo universal de hospitalidade e amizade”.

Embriaguez

A capacidade de embriagar fez com que a cerveja fosse vista pelo homem do neolítico como um “presente dos deuses”. Sumérios e egípcios usavam a bebida em cerimônias religiosas, funerais e rituais para a agricultura. “A prática de levantar um copo para desejar a alguém boa saúde, um casamento feliz, uma viagem tranquila [...] é um eco moderno da antiga idéia de que o álcool tem o poder de invocar forças sobrenaturais.” (G1)

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