A tecnologia tem revolucionado a forma como vivemos, como
aprendemos e como ensinamos as coisas no mundo atual. A quantidade de
recursos digitais desenvolvidos especialmente para apoiar o processo de
ensino-aprendizagem é ampla.
Enciclopédias, apresentações em cartolina, retroprojetor foram substituídos por jogos eletrônicos, plataformas digitais, aplicativos e softwares educacionais, entre outros itens que compõem um cardápio variado de opções para os educadores que desejam tornar as suas aulas mais interessantes, atrativas e interativas. Mas, será que isso é suficiente para formar indivíduos preparados para os desafios do século 21?
Enciclopédias, apresentações em cartolina, retroprojetor foram substituídos por jogos eletrônicos, plataformas digitais, aplicativos e softwares educacionais, entre outros itens que compõem um cardápio variado de opções para os educadores que desejam tornar as suas aulas mais interessantes, atrativas e interativas. Mas, será que isso é suficiente para formar indivíduos preparados para os desafios do século 21?
De tempos em tempos novas habilidades são requeridas dos jovens. O
que antes poderia ser visto como um diferencial, tais como diploma de
curso superior ou falar outro idioma, são quase commodities no mundo
atual. Uma habilidade que vem sendo cada vez mais apontada como crucial
para se inserir nas exigências do século 21 é saber programar. Para
alguns, essa nova linguagem é tão importante quanto saber ler ou
escrever.
Para que uma pessoa seja capaz de transformar a sua realidade, não
basta saber usar um aplicativo. É preciso “falar” essa nova linguagem
que dá corpo e permite o desenvolvimento tecnológico constante e veloz
que estamos vivenciando. E, essa nova linguagem, é a programação.
Além dos benefícios óbvios para a inserção no mercado de trabalho,
que sofre com a carência de profissionais com essa característica, o
ensino de programação estimula o desenvolvimento de novas habilidades,
como a criatividade, a autonomia, o raciocínio lógico, a capacidade de
resolução de problemas e o trabalho em equipe, habilidades muito
valorizadas atualmente. Como argumentou Steve Jobs ao defender que a
programação deveria fazer parte do currículo de todas as escolas nos
Estados Unidos: “todo mundo neste país deve aprender a programar um
computador… porque isso te ensina a pensar”.
Para quem fala inglês, há excelentes ferramentas que ensinam
programação online, pagas e gratuitas. Entre as gratuitas vale destacar o
Code.org (https://code.org/) – iniciativa que conta com o apoio da
Microsoft, Facebook, Amazon e Google, entre muitos outros – e o Scratch
(https://scratch.mit.edu/), criado no MIT Media Lab baseado no princípio
de que escrever códigos é como montar um Lego. Juntos, estes dois sites
já alcançaram mais de 30 milhões de alunos em todo o mundo.
No Brasil, o surgimento de escolas especializadas em programação e a
introdução do ensino dessa linguagem no currículo de algumas escolas,
especialmente nas particulares, indica que muitos já perceberam essa
nova tendência. E nas escolas públicas? Os alunos dessas escolas, que
representam cerca de 85% do universo, não podem ser privados dessa
oportunidade.
É essa lacuna que o CodeLife (codelife.com), projeto desenvolvido
pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), está
tentando ocupar. Em parceria com a Secretaria de Estado de Educação do
Estado (SEE-MG) e a equipe do MIT Media Lab, a Fapemig está
desenvolvendo uma plataforma gratuita, em português, voltada para o
ensino de programação para os jovens e que será lançada em 2018.
Não há como negar que gestores públicos no Brasil enfrentam desafios
imensuráveis para resolver problemas que carregamos do passado e reduzir
o passivo acumulado. No entanto, isso não nos exime de entender e
encarar os novos desafios que o futuro nos impõe. No caso da educação,
um destes novos desafios é ampliar o aprendizado da programação como uma
nova linguagem. Iniciativas bem sucedidas nesta tarefa contribuirão
para formar alunos muito mais bem preparados para o amanhã.
Emília Paiva* é economista, com mestrado em planejamento
urbano na Universidade da Pensilvânia e doutorado em geografia na PUC de
Minas Gerais. Já atuou como empreendedora pública e diretora
vice-presidente no Escritório de Prioridades Estratégicas.
O conteúdo dos artigos publicados nessa seção é de inteira responsabilidade de seus autores.
*O artigo foi escrito em co-autoria com o Renato Beschizza, economista pela UFMG, com especialização em Finanças pela Fundação Dom Cabral. Atuou como empreendedor público no Escritório de Prioridades Estratégicas e é sócio da Innpact Ventures.
*O artigo foi escrito em co-autoria com o Renato Beschizza, economista pela UFMG, com especialização em Finanças pela Fundação Dom Cabral. Atuou como empreendedor público no Escritório de Prioridades Estratégicas e é sócio da Innpact Ventures.
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