A expectativa é que o carro de som saia do local em direção ao
Palácio Campo das Princesas. A manifestação pede a valorização
profissional, equiparação com salário recém-conquistado pelos policiais
civis, além dos “penduricalhos” – que seriam os bônus que os militares
recebem; eles querem que seja considerado subsídio, ao invés de
bonificação.
De acordo com a Procuradoria Geral do Estado, é vedada a
sindicalização e a greve por parte dos militares. Por conta disso, a PGE
havia pedido à Justiça uma tutela por conta da possibilidade de
deflagração de greve. O desembargador José Fernandes Lemos havia
determinado que as quatro associações que representam os policiais e
bombeiros militares “se abstenham de realizar reunião, assembleia ou
qualquer evento que tenha por objetivo reunir ou patrocinar a
deflagração de greve de militares estaduais ou qualquer outro movimento
que comprometa a prestação do serviço de segurança pública”. A multa
estabelecida havia sido de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
Em áudio divulgado na manhã desta sexta-feira pelo WhatsApp e
recebido pelo portal FolhaPE, Albérisson havia confirmado sua presença
na assembleia no Derby e comentado a possibilidade de prisão. “Todos são
bem que há uma intenção de prender tanto a mim quanto Nadelson [Leite,
vice-presidente da ACS] desde ontem [quinta-feira, 8]”, afirmou.
O mandado de prisão havia sido pedido pela própria Polícia Militar,
segundo consta no processo 0033093-44.2016.8.17.0001 da Justiça Militar.
A ação foi movida contra Albérisson e Nadelson com classe de auto de
prisão em flagrante e assunto de prisão preventiva.00
De acordo com o advogado de Nadelson e coordenador jurídico da ACS,
Eduardo Morais, os dois presos foram levados para a sede da Companhia
Independente de Operações Especiais (Cioe). “Até agora, a gente não sabe
o motivo da prisão. Estamos acionando o Ministério Público e também a
Corregedoria porque queremos saber o motivo”, afirmou.
Morais ainda disse que Nadelson e Albérisson foram retirados do carro
de som sem ter sido explicada a tipificação do crime. “Quando alguém é
preso com arma ou droga, o policial dá voz de prisão pelo ato criminoso.
Aqui, eles foram conduzidos ‘na tora’, como na ditadura de 1964.”
Ainda segundo Morais, o Estado levou uma representação por crime
militar no plantão da Justiça criminal na quinta-feira, que teria sido
indeferido. “Hoje [sexta-feira], foi novamente representado na Justiça
Militar, que pedia vistas ao Ministério Público. Ou seja, não saiu
decisão ainda. Prenderam ele na ‘tora'”, reafirmou.
Oposição
A bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe)
condena a prisão do presidente e vice-presidente da Associação de Cabos
e Soldados de Pernambuco. Para os parlamentares, o momento é de se
construir o diálogo. Em nota, os parlamentares ainda afirmam que a
medida não contribui para que o Governo do Estado e os agentes de
segurança cheguem um acordo.
(Com informações da Folha de Pernambuco)
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