terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Aprovado no Brasil para o tratamento da diabetes tipo 2

 Aprovado no Brasil para o tratamento da diabetes tipo 2, o medicamento Ozempic (semaglutida) é frequentemente prescrito de forma offlabel para atuar contra a obesidade. A indicação da bula consiste em injeções subcutâneas semanais, mas usuários fracionam a dose da substância e tomam diariamente. Médicos se dividem sobre benefícios.



A mesma substância já foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o tratamento da obesidade, e será comercializada sob o nome de Wegovy. Enquanto o Ozempic tem dosagens de 0,25 mg, 0,5 mg e 1,0 mg, o novo medicamento possui 2,4 mg. Ambos são fabricados pelo laboratório Novo Nordisk.


A endocrinologista Adriane Rodrigues, responsável pelo ambulatório de obesidade do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da UFPR (Universidade Federal do Paraná), afirma que a aplicação fracionada é feita em situações específicas."Às vezes fazemos duas vezes por semana em pacientes selecionados", diz a endocrinologista Adriane Rodrigues, ao jornal Folha de São Paulo.


Nestes casos, são pessoas que sentem fortes efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e diarreia. Para eles, a dose semanal pode ser dividida em intervalos de três a quatro dias, afirma a médica.


Para o endocrinologista Márcio Mancini, vice-presidente do Departamento de Obesidade da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, não há impedimento ético para o uso offlabel do medicamento.


Ele lembra que o Ozempic é sendo usado no Brasil com esta finalidade desde 2018 e que existem estudos que comprovam sua eficácia contra obesidade. "O uso de pequenas doses diárias não faz sentido, pois a grande vantagem é trazer conforto ao paciente", diz.


A recomendação diária pode estar relacionada à tentativa de "ser diferente, inovação, modernidade, tratamento personalizado, ou seja, marketing", aponta Rodrigues.

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