
Credito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press. Carol Brito
Da Folha de Pernambuco
Os
últimos movimentos do PSB em Pernambuco, evidenciam um racha na Frente
Popular, diante das articulações para o pleito municipal. Os efeitos das
mudanças trazem riscos não somente para o projeto de reeleição do
prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), mas também para a do governador
Paulo Câmara (PSB) nas eleições de 2018. Eleito com uma base de 21
partidos, o chefe do Palácio do Campo das Princesas poderá ter, nos
próprios aliados, seus principais adversários nos embates eleitorais.
Os
problemas do PSB começaram com a composição do Governo Temer, que
reforçou a consolidação de lideranças em Pernambuco. O presidente
interino, Michel Temer, nomeou quatro ministros no Estado: Mendonça
Filho (DEM) em Educação, Bruno Araújo (PSDB) em Cidades, Raul Jungmann
(PPS) na Defesa e Fernando Filho (PSB) em Minas e Energia.
O
anúncio da saída de PSDB e do DEM dos cargos ocupados no Palácio das
Princesas – a partir de uma determinação do governador – visto como erro
estratégico até mesmo por socialistas, acabou afastando aliados no
momento em que eles ganharam ainda mais poder. A justificativa para o
movimento foram as candidaturas do deputado federal Daniel Coelho (PSDB)
e da deputada estadual Priscila Krause (DEM) que ameaçam a reeleição de
Geraldo.
Para
o cientista político Vannuci Pimentel, o governador Paulo Câmara começa
a pagar caro para reeleger o correligionário e corre o risco de minar
pontes com os aliados. “Ele está bancando um preço muito alto, abrindo
mão de aliados. Ele foi responsável por unir DEM e PSDB em Pernambuco.
Agora, colocou para fora duas forças que podem se unir no futuro”,
avaliou.
Para
o professor, o PSB errou no timing do anúncio do rompimento. “Foi
precipitado e repentino fazer isso, logo depois do anúncio dos
ministros. O governador poderia buscar uma saída mais negociada até para
deixar as portas abertas para o segundo turno do Recife, mas acabou
unindo PSDB e DEM na oposição”, criticou.
Outra
ameaça poderá vir, até mesmo, de dentro do PSB. O grupo do senador
Fernando Bezerra Coelho (PSB) ganhou força ao emplacar um ministro no
Governo Temer mesmo sem chancela da Executiva Nacional socialista e atua
de forma independente nas hostes da sigla. “Petrolina sempre foi um
tanto dissidente. O PSB já criou problemas demais com os aliados, não
vale a pena entrar em uma disputa caseira. É preciso que as lideranças
adotem um tom conciliador”, disse.
O
cientista político Elton Gomes avalia que a frente sustentada pelo PSB é
ampla demais para não apresentar problemas devido ao excesso de
interesses e aliados para contemplar. Diante do desafio, a prova de fogo
dos apadrinhados de Eduardo Campos, Geraldo Julio e Paulo Câmara,
deverá ser a campanha do Recife. “Sem Eduardo Campos e com a necessidade
de defender seu projeto, a eleição do Recife será o verdadeiro teste de
fogo de Paulo Câmara e Geraldo Julio”, avaliou.
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