
Continuando a nossa série , um pouco de História ( Severino Pereira da Silva )
Um
ano após a compra, Pereira incorpora a Fábrica de Tecidos Santa
Rosália, sua “menina dos olhos” à CNE. A partir de 11 de
dezembro de 1940, após assembléia geral que aconteceu no escritório da
fábrica, Severino passava a ser dono de todo
o patrimônio da Companhia, que naquele momento era constituída
pelas fábricas: Alvejaria, Tinturaria e Estamparia São Paulo,
Fábrica de tecidos Santo Antônio, Fábrica de Tecidos Santa
Rosália, Usina de Energia de Pilar do Sul e outras propriedades
rurais.
É
a partir destes fatos que a CNE começa uma nova fase em Sorocaba. O
ano de 1941 marca o início da gestão Pereira da Silva. Seu primeiro
desafio foi garantir aos funcionários padrões de higiene,
saneamento, salubridade e habitabilidade na vila operária, que
passava por um grande surto de malária, causando muitas baixas no
número de funcionários. Começaram a limpeza nas margens dos rios,
estendendo-a para toda a propriedade de Santa Rosália. Fizeram
inúmeras roçadas, podaram árvores, limparam quintais,
transportaram o lixo para um lugar mais apropriado e etc. Para fechar
o plano de saneamento, a empresa elaborou um projeto de implantação
de rede de água e esgoto e uma reforma e ampliação da vila
operária de Santa Rosália, que até então não contava com estes
serviços, aliás, as casas da vila primitiva não possuíam nem
banheiro.
Sanado
o problema, Severino inicia um período de contratações e os
trabalhos na fábrica se intensificam. Ele percebe que poderia tirar
proveito da terrível situação que assombrava a Europa: a segunda
guerra mundial. Começam então, a exportar tecidos para a áfrica do
Sul, Índias e Indonésia, mercados que não estavam sendo explorados
devido à guerra. Durante todo o período de guerra a CNE exportou
muito, obtendo muitos lucros com as vendas.
Mas,
prevendo que esta situação não duraria para sempre, Pereira da
Silva também intensificou seus negócios no Brasil, não tendo
prejuízos quando a guerra acabara e o fluxo de exportações
diminuía gradualmente. Com os lucros,fez a modernização dos
teares, que até então eram mecânicos. Com isso a Usina de Pilar
do Sul também precisou ser modernizada para suprir as novas demandas
de energia. Neste período de força total da companhia é que grande
parte das benfeitorias foram sendo realizadas. Ali, em Santa Rosália,
a CNE fazia o papel de Estado.
Vejamos:
Instalou um sistema de saneamento básico com rede de água e esgoto,
implantam um hospital operário (São Severino) – mantido com
recursos da empresa, fornecia educação aos filhos dos funcionários
em todos os níveis escolares – da creche ao ensino
profissionalizante, lazer (através do grupo musical e do clube
Fortaleza, posteriormente ampliado com o estádio) e cultura – com
o cine-teatro Santa Rosália, além de igreja, praças e
posteriormente luz elétrica e a construção de 399 novas casas aos
operários.
Hospital São Severino
Devido
a isso, a Fábrica se torna um modelo, recebendo no início da década
de 1940 a visita de Getúlio Vargas em suas instalações. Também
neste período a família adquiriu uma belíssima chácara no caminho
para Itavuvu, onde construíram uma grande mansão, a chácara Sônia
Maria passando a residir lá.
No final da década de 1950 começam uma nova empreitada – o jardim
Santa Rosália – um grandioso investimento em casas para a classe
média-alta com padrões urbanísticos muito diferenciados na época.
Em 1970 este projeto se amplia. Com a demolição da antiga vila,
pereira da Silva fazendo da área um grande loteamento. Após anos e
anos de crescimentos e benfeitorias no bairro, a empresa tenta
realizar um arrojado plano: começam a comprar inúmeras companhias
têxteis do estado a fim de se tornarem o maior grupo têxtil do
país. A primeira das indústrias compradas pela CNE foi a Fábrica
Nossa Senhora da Ponte, que estava sob posse da família Scarpa.
Continua , próxima semana ............
A muito tempo procurava uma matéria sobre essa chácara...até que enfim., achei. Parabéns pela publicação.
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