domingo, 10 de março de 2013

João Lyra Neto desfilia-se do PDT nos próximos dias. Seu destino é o PSB.



Josué Nogueira escreveu em seu blog de política que o vice-governador de Pernambuco, João Lyra, está decidido. Desfilia-se do PDT nos próximos dias.
joão lyra neto e josé Queiroz
Até abril, no máximo, coloca ponto final numa relação que jamais foi confortável para ele.
O destino, por uma questão de afinidade, será o PSB, partido do governador Eduardo Campos.
Nesta semana, Lyra inicia uma série de conversas para amarrar sua saída.
Deve se encontrar com o senador Cristóvam Buarque (DF), um dos expoentes do pedetismo, e com o presidente do partido, o ex-ministro Carlos Lupi.
Na despedida, deve reiterar as queixas relacionadas à falta de diálogo e à exclusão que lhe impuseram no partido. Tanto em Pernambuco, quanto no plano federal.
Com a filiação de Lyra ao PSB, o comando do governo do estado não sofrerá solução de continuidade.
Quando Eduardo de desincompatibilizar para concorrer a novo cargo – provavelmente à Presidência da República –, Pernambuco permanecerá sob o mesmo signo socialista.
Ao assinar a ficha no novo partido, o vice tem o nome automaticamente reforçado para a disputa do governo do próximo ano (no caso, a reeleição).
Entra de vez numa lista onde já estão os secretários estaduais da Fazenda e de Governo, respectivamente, Paulo Câmara e Tadeu Alencar, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e até mesmo José Múcio Monteiro, ministro do Tribunal de Contas da União.
De acordo com avaliações de governistas, pelo envolvimento que tem com a gestão, Lyra acumulou características exigidas para a cabeça da chapa socialista.
Conhece o andamento das políticas e o comprometimento para assumi-las e ampliá-las. É, portanto, um dos que podem dar seguimento ao modelo de gestão que Eduardo implantou.
Todos os aspectos que cercam a migração do vice estão sendo acompanhados com cautela pelos palacianos.
Afinal, para o PDT, que continuará na base do governo, a saída de Lyra pode significar queda de prestígio. Por outro lado, a mudança não deve respingar na ofensiva de Eduardo Campos rumo ao Palácio do Planalto.
Tudo há se ser costurado e arrematado de modo a não gerar desgaste na relação entre PSB e PDT no plano nacional.
Há que se destacar que as duas legendas são próximas. Já se especulou, inclusive, que Cristóvam Buarque poderia ficar com a vice na chapa encabeçada pelo socialista.
Saiba mais
O perfil do vice
João Soares Lyra Neto
advogado e empresário
Foi prefeito de Caruaru pelo PMDB de 1989 a 1992
Outra vez prefeito de Caruaru, agora pelo PSB, de 1997 a 2000
Deputado estadual pelo PSB, de 1994 a 1996. Nesta época, foi vice-líder do governo na Assembleia Legislativa – governo de Miguel Arraes
Vice-governador reeleito de Pernambuco pelo PDT
(de 2006 a 2013)
Nesse período, de 2008 a 2010, foi secretário estadual de Saúde
Em 2014, deve encarar o maior desafio de sua carreira: assumir o governo estadual por nove meses, uma vez que o governador Eduardo Campos e desvinculará para alçar voo nacional
PDT em PE
É presidido pelo prefeito de Caruaru, José Queiroz
Conta com o vice-governador, João Lyra
Possui um deputado federal: Paulo Rubem
Preside a Assembleia Legislativa, com Guilherme Uchoa (além dele, o partido conta com outro representante: Pedro Serafim Filho)
Na Câmara do Recife tem dois vereadores: Izabela de Roldão e Rodrigo Vidal
No total, soma dez prefeitos no estado (no país, elegeu 352, contra 311 em 2008)
Reclamações vêm de longe
João Lyra filiou-se ao PDT em 2005. Neste tempo, por diversas vezes, externou as dificuldades de relacionamento com a direção estadual do partido, presidido pelo prefeito de Caruaru, José Queiroz. Alegou que jamais foi convidado para discutir as diretrizes do programa partidário, participar de reuniões deliberativas ou qualquer atividade inerente a uma legenda. O desentendimento com Queiroz estendeu-se para a campanha de 2012, quando Lyra criticou o aliado. Deu declarações e indícios de que não respaldava a postulação do prefeito.
Em 2011, em coletiva, Lyra já afirmava não ter contato algum com o partido. “Sou vice-governador do estado há cinco anos e não sou convidado para nada. Depois que José Queiroz assumiu a Prefeitura de Caruaru, só tive uma reunião política com ele e, mesmo assim, foi em outubro de 2009 para falar sobre gestão”, desabafou na época.
Além de Lyra, outras lideranças se queixaram em algum momento do comportamento do prefeito de Caruaru. O presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa (PDT), reclamou do estilo centralizador de Queiroz. O deputado Paulo Rubem também travou embate com o presidente estadual quando tentou viabilizar sua candidatura a prefeito do Recife em 2012.
Após tanto tempo de desgaste, o vice já não teria paciência para tratar de assunto algum relacionado ao PDT, além do que diz respeito à sua saída. O PSB já abriu as portas para Lyra, cuja filha Raquel Lyra é deputada estadual pela legenda.
Com raízes fincadas no trabalhismo de Getulio Vargas, o PDT foi criado pelo ex-governador gaúcho e fluminense Leonel Brizola, falecido em 2004. No dia 22 faz convenção em Brasília para renovar o diretório da executiva nacional.
Por Jornal de Caruaru

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