quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Lava Jato prende o governador Luiz Fernando Pezão

Pezão chega à sede da PF — Foto: Mauro Pimentel/AFP

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (29) Luiz Fernando Pezão (MDB), governador do Rio de Janeiro. A força-tarefa da Lava Jato deu voz de prisão contra o político por volta das 6h no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do estado. Além do governador, outras seis pessoas foram presas nesta manhã.
Batizada de Boca de Lobo, a operação é baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Sérgio Cabral. O ex-governador, de quem Pezão foi vice, também está preso.
Comboio da Polícia Federal deixou o palácio com o governador preso às 7h35. Ele chegou à Superintendência da PF, na Praça Mauá, às 7h52.
Pezão no carro da PF que o conduziu à sede da PF — Foto: Estefan Radovicz/Agência O DiaPezão no carro da PF que o conduziu à sede da PF — Foto: Estefan Radovicz/Agência O DiaPezão no carro da PF que o conduziu à sede da PF — Foto: Estefan Radovicz/Agência O Dia
Segundo o Ministério Público Federal, Pezão opera esquema de corrupção próprio, com seus próprios operadores financeiros. Há provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015.
Na avaliação da força-tarefa da Lava Jato, solto, o governador poderia dificultar ainda mais a recuperação dos valores, além de dissipar o patrimônio adquirido em decorrência da prática criminosa. Segundo o MPF, o esquema de corrupção ainda estava ativo.
A assessoria do governo do estado afirmou que não vai se pronunciar. Com a prisão de Pezão, assume automaticamente Francisco Dornelles, seu vice.
Carro descaracterizado da PF deixa o Palácio Laranjeiras, onde mora Pezão — Foto: Cristina Boeckel/G1Carro descaracterizado da PF deixa o Palácio Laranjeiras, onde mora Pezão — Foto: Cristina Boeckel/G1Carro descaracterizado da PF deixa o Palácio Laranjeiras, onde mora Pezão — Foto: Cristina Boeckel/G1

Resumo

  • A prisão preventiva foi determinada pelo STJ;
  • São nove mandados de prisão, incluindo a de Pezão, e 30 de busca e apreensão;
  • A decisão foi baseada em delação de Carlos Miranda, operador financeiro de Cabral;
  • A Justiça determinou o bloqueio de R$ 39 milhões em bens;
  • São investigados os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva.
  • Pezão é o quarto governador do Rio a ser preso.

Nove mandados de prisão

  1. Luiz Fernando Pezão, governador do Estado do Rio de Janeiro
  2. José Iran Peixoto Júnior, secretário de Obras de Pezão
  3. Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz, secretário de Governo de Pezão
  4. Luiz Carlos Vidal Barroso, servidor da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico
  5. Marcelo Santos Amorim, sobrinho do governador
  6. Cláudio Fernandes Vidal, sócio da JRO Pavimentação
  7. Luiz Alberto Gomes Gonçalves, sócio da JRO Pavimentação
  8. Luis Fernando Craveiro de Amorim, sócio da High Control Luis
  9. César Augusto Craveiro de Amorim, sócio da High Control Luis

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