terça-feira, 31 de dezembro de 2013

As dificuldades de Dilma

André Singer e as dificuldades de Dilma na eleição de 2014! - por Marcos Doniseti!

Taxa de desemprego diminui a cada ano no Brasil, o que ajuda a explicar, e muito, a popularidade elevada dos governos Lula e Dilma. 

Leio o seguinte no site do 'Brasil 247':

'Ex-porta-voz de Lula, o jornalista André Singer afirma que a presidente Dilma Rousseff ainda tem três desafios importantes a superar: o impacto das manifestações, que podem voltar, a ira de Marina Silva, e as repercussões do julgamento que colocou dirigentes petistas na prisão'.

Já eu prevejo um quadro difícil, mesmo, para a oposição midiática-judiciária reacionária na próxima eleição. E na sequência eu explico os motivos de pensar desta maneira.

Afinal, a tendência atual é a de contínuo crescimento de Dilma nas pesquisas, ainda mais que a inflação continua controlada, o desemprego continua diminuindo e a renda real dos trabalhadores não para de crescer. Na última pesquisa CNI-Ibope (de Dezembro de 2013), 56% dos brasileiros disseram que aprovam o governo Dilma (em Julho este índice era de 45%). 


As intenções de voto em Dilma também cresceram e chegaram a 47% na última pesquisa Datafolha de Novembro deste ano, contra apenas 19% de Aécio e 11% de Campos. 


O programa Mais Médicos, criado pelo governo Dilma, que foi violentamente atacado pela classe médica, pela Grande Mídia e pela oposição, conta com amplo apoio popular, superior a 84%.

Em relação à pesquisa Datafolha de Outubro, Dilma cresceu 5 p.p., enquanto Aécio caiu 2 p.p. e Campos caiu outros 4 p.p. 

E ainda teremos, durante o horário eleitoral no rádio e TV, muitas imagens e informações a respeito das inúmeras obras de infra-estrutura (Transposição do Rio São Francisco, Hidrelétricas, rodovias, ferrovias, aeroportos, refinarias, etc) que estão sendo construídas pelo país afora, sobre os os investimentos no Campo de Libra e no Pré-Sal. 

Hoje, a população não sabe coisa alguma sobre tais obras, pois a Grande Mídia não fala nada a respeito delas, a não ser para atacar, é claro.


Quando as pessoas ficarem sabendo de tudo o que está sendo feito no país (e não é pouco, visto que das 50 maiores obras de infra-estrutura que estão sendo construídas no mundo, hoje, 14 estão sendo feitas no... Brasil) a tendência é que a popularidade de Dilma e do seu governo aumente ainda mais. 

Além disso, Dilma têm algumas vantagens, na eleição de 2014, que não possuía em 2010, como:

1) Em 2010, Dilma tinha o apoio de um Presidente da República que terminou o governo com 87% de aprovação popular. 

Agora, Dilma já mostrou que sabe governar, tanto que a maioria da população brasileira aprova o seu governo. Ela não depende tanto de Lula como aconteceu em 2010. Dilma têm luz própria.

2) Lula irá participar intensamente da campanha eleitoral de 2014, como já deixou claro, aliás. E agora ele poderá fazer isso de maneira ainda mais intensa do que fez em 2010, pois não ocupa nenhum cargo público.

E a popularidade de Lula é incomparável. Nenhuma outra liderança política brasileira é tão popular quanto ele. 

Como se diz, o PT têm 'um Pelé no banco de reservas'. 

E Lula é um 'Pelé' que ainda participa intensamente do jogo, mesmo sem ser candidato a cargo algum;

3) Muitos temem que as manifestações voltem a acontecer em 2014, o que poderia prejudicar a candidatura de Dilma. 

Mesmo que isso aconteça, elas se darão num cenário muito distinto daquele que tivemos em Junho de 2013. 

Primeiro que as manifestações se desgastaram muito, entre a população, com o festival de pancadaria, violência e depredação promovido pelos 'Black Blocs' e cia (PSOL, PSTU, grupos extremistas de Direita, agentes infiltrados, etc). 

A parcela da população que apóia as manifestações ainda é majoritária, mas isso somente ocorre quando elas não desandam em depredação e violência, que foi o que aconteceu nos últimos meses.


Quando as manifestações desandam em violência e em depredações, a imensa maioria da população se volta contra as mesmas. 

Segundo pesquisa do Datafolha, 95% dos paulistanos são contra manifestações onde se faz uso da violência. 

Além disso, as manifestações de Junho derrubaram a popularidade de governantes de TODOS os partidos, no país inteiro, sem qualquer exceção.

E Dilma foi, entre todos os que ocupam cargos de comando no Poder Executivo, a que conseguiu se recuperar mais rapidamente. 

Enquanto isso, o governador de SP, o tucano Geraldo Alckmin, ainda está longe de chegar perto do nível de aprovação que possuía antes das manifestações.

Logo, se as manifestações voltarem a acontecer com força, elas irão afetar a todos os governantes, de todas as legendas, sem exceção. Nenhuma força política e eleitoral organizada irá ganhar alguma coisa com elas, portanto. 

E se a oposição tentar tirar proveito disso, poderá dar um tiro no próprio pé, pois entrará em choque com a vontade popular, que é contrária ao uso de violência em protestos e manifestações;

4) Alguns dizem que uma eventual derrota do Brasil na Copa do Mundo poderá prejudicar Dilma na eleição.

Nunca vi resultado de Copa do Mundo interferir em resultado de eleição. Isso não passa de um mito. 

Exemplo: O Brasil ganhou a Copa de 2002, quando FHC era o Presidente da República, e quem venceu a eleição presidencial? Lula, o candidato da oposição; 

4) Ao contrário do que diz a Grande Mídia e seus patéticos e ridículos 'analistas econômicos', a economia brasileira está em boa situação. 

Não há nada (repito: nada) que ameace o momento atual da economia brasileira, que combina crescimento econômico (mesmo que moderado, em torno de 2,5% a,a,), estabilidade econômica (a inflação média está em 6% ao ano desde 2005; a dívida pública líquida é a menor em 15 anos, estando em apenas 35% do PIB), queda do desemprego (em Novembro foi o menor da história - 4,6% - e a taxa média anual de 2013 também será a menor da história brasileira) e o aumento real da renda dos trabalhadores (que está aumentando cerca de 3% ao ano). 


Concessão de rodovias atraiu o interesse do setor privado, que investirá dezenas de bilhões de Reais na melhoria das mesmas por todo o país. 

Este cenário irá continuar e a tendência é a de melhorar ainda mais, agora que os EUA parece que estão, de fato, começando a sair da crise que o atingiu com força a partir de 2007, e que os investimentos públicos e privados no pré-sal, em serviços públicos e em infra-estrutura (rodovias, aeroportos, ferrovias, portos) irão crescer fortemente, no Brasil, nos próximos anos. 

E com investimentos maiores, teremos mais crescimento, mais empregos, crescimento da arrecadação de impostos e melhores salários para os trabalhadores brasileiros. Somente os investimentos no pré-sal irão gerar 87 milhões de novos empregos, no Brasil, nos próximos 30 anos. 

5) Outros temem a força da Grande Mídia em influenciar o resultado das eleições presidenciais, principalmente agora que alguns dirigentes do PT foram presos.

Bem, não custa nada lembrar que a Grande Mídia foi contra Lula em 2002 e em 2006, e contra Dilma em 2010. E ela perdeu as três eleições presidenciais.

Logo, há um limite para o poder da Grande Mídia de influenciar a população e jogar a mesma contra Lula, Dilma e o PT. 

Penso que, no fim das contas, ela acaba por influenciar apenas aquelas pessoas que já estão predispostas a se deixar influenciar pelo noticiário negativo, pois são pessoas que rejeitam Lula, Dilma e o PT. 

E se o poder da Grande Mídia fosse tão grande, assim, quanto se diz, então Fernando Haddad não teria derrotado Serra na eleição municipal de 2012 e tampouco o PT teria sido o partido mais votado, na mesma, em todo o país.

E essa vitória (de Haddad, em SP, e do PT, pelo Brasil afora) se deu em um momento altamente desfavorável para o PT, pois o julgamento da AP 470 transcorreu ao mesmo tempo em que tivemos a campanha eleitoral (o que foi proposital, é claro). 

Logo, o julgamento da AP 470 não impediu tais vitórias do PT na eleição municipal de 2012, mesmo com a condenação de ex-dirigentes do partido. 

E penso que o mesmo fenômeno irá ocorrer com as prisões (injustas) de ex-dirigentes do PT nas eleições de 2014. Somente serão influenciados por este fato aqueles eleitores que já repudiam Lula, Dilma e o PT. Os demais, irão ignorar o fato. 

Aliás, pesquisa recente mostrou que 93% dos eleitores não irão levar em consideração a prisão dos condenados no julgamento da AP 470 na hora de definir o seu voto nas eleições de 2014. 

Traduzindo: Os brasileiros estão se lixando para essa imundície midiática-judiciária que é o julgamento e condenação da AP 470.


E não se pode esquecer que a audiência do 'Jornal Nacional' está despencando, bem como a tiragem dos principais jornais e revistas do país (altamente conservadores e que, com poucas exceções, têm um ódio visceral do PT, de Lula e de Dilma), e as pessoas se informam cada vez mais pela Internet, principalmente pelas Redes Sociais. Através destas, dezenas de milhões de brasileiros têm acesso a outras fontes de informação. Eles não dependem mais apenas da Grande Midia para rebater as informações, muitas vezes falsas e mentirosas, que a mesma divulga.

E o número de assinantes de Internet banda larga cresce rapidamente no país. Mais de 105 milhões de brasileiros já têm acesso à Internet e esse número aumenta a cada ano. 

Nas eleições de 2014, entendo que as Redes Sociais e a Internet terão uma influência muito maior do que aquela que vimos nas disputas eleitorais anteriores. E não duvido que esse fenômeno acabe sendo maior do que se espera, o que irá limitar a capacidade da Grande Mídia de influencia o resultado final da eleição.

6) Com relação à 'ira de Marina Silva', a julgar pelas pesquisas mais recentes, isso está beneficiando Dilma, pois enquanto esta cresce continuamente nas pesquisas, a Marina está despencando nas mesmas.

Além do mais, o discurso de Marina Silva, de renovação das práticas políticas do país, foi jogado na lata de lixo por ela quando a mesma entrou (junto com a sua 'Rede') para o PSB de Eduardo Campos, que é um político tradicional e que faz política como todas as outras principais lideranças do país, fazendo os acordos e as alianças que são necessários para vencer eleições e poder governar. Em Pernambuco, por exemplo, Campos se aliou a Jarbas Vasconcelos, um rival antigo de seu avô (Miguel Arraes) e dele próprio.


Dívida Pública Líquida brasileira cai desde 2003. E mesmo assim a patética Grande Mídia diz que o Brasil vive uma situação de 'caos fiscal'. Acredite, se quiser...


Então, embora a campanha de Dilma não deva, em momento algum, pensar que a vitória na eleição presidencial já está garantida, as tendências políticas, econômicas e sociais atuais favorecem, claramente, a sua candidatura, que cresce continuamente, em todas as pesquisas.

7) E outro fato que não pode ser esquecido é que essa oposição formada pelas candidaturas de Aécio e Campos (com Serra e Marina no banco de reservas) não têm coisa alguma a propor que pudesse atrair o voto da maioria da população. Eles não têm nada a propor e nada para mostrar.

E o que eles teriam, mesmo, para defender (a privataria, fim de direitos trabalhistas, arrocho salarial, aumento do desemprego, fim de programas sociais, etc) é altamente impopular. Em vez de conquistar votos, esse discurso (neoliberal) em defesa do Estado Mínimo acaba por afastar os eleitores. 

As manifestações de Junho tiveram, enquanto não descambaram para a violência desenfreada, como principal bandeira a defesa de serviços públicos de qualidade. Todos se lembram dos manifestantes pedindo por hospitais, escolas, transporte coletivo 'Padrão Fifa', certo?

Oras, para se conseguir tal melhoria na qualidade dos serviços públicos é preciso que se faça MAIS investimentos públicos nas áreas de educação, saúde, transportes, saneamento, segurança pública, moradia, cultura, esportes, lazer, etc.

Logo, o que os manifestantes pediam era por uma atuação maior do Estado e não menor. 

A principal mensagem que pessoas divulgaram, nas manifestações, foi: 'Queremos qualidade de vida'. 

Portanto, a principal reivindicação feitas pelos manifestantes de Junho é, essencialmente, uma bandeira anti-Neoliberal. 


Entre 2003-2014, o salário mínimo subiu de R$ 200 para R$ 724 (valor de 2014), acumulando um reajuste de 262% no período. Neste mesmo período de tempo, a inflação acumulada foi de 91% (já incluindo a previsão de inflação de 6% para 2014).

Assim, num ambiente político e social onde a população pede por uma atuação mais intensa do Estado educação, saúde, transporte, lazer, cultura, qual é a chance de vitória de uma candidatura (seja a de Aécio, Campos, Serra ou Marina) que defenda exatamente o contrário? A meu ver, a chance disso acontecer é zero.

Aliás, o governo Dilma foi quem melhor soube interpretar o significado das manifestações de Junho, criando o 'Mais Médicos' e liberando R$ 50 bilhões para investimentos em Mobilidade Urbana (Ônibus, Trens e Metrô) por todo o país. 

Logo, entendo que Dilma é, sim, a grande favorita para vencer a eleição presidencial de 2014. Mas é claro que ela não pode, sob hipótese alguma, subir no 'salto alto' e no 'já ganhou'.


As classes ABC ganharam quase 50 milhões de integrantes entre 2003-2011 (equivalente a soma da população da Espanha e de Portugal). Já as classes DE, formadas pelos mais pobres, diminuíram fortemente, passando a ter 33 milhões de pessoas a menos no mesmo período.

É preciso que a campanha de Dilma trabalhe forte e intensamente para mostrar aos brasileiros que a sua candidatura é aquela que está afinada com as vontades, desejos e reivindicações da imensa maioria da população por serviços públicos de melhor qualidade, ou seja, por uma melhor qualidade de vida. 

Se isso for feito, penso que muito dificilmente a Presidenta Dilma deixará de ser reeleita. 

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