terça-feira, 23 de julho de 2013

Brasileiros descobrem medicamento contra a hipertensão


Investigadores brasileiros descobriram um novo fármaco que atua na dilatação dos vasos sanguíneos. O composto é um peptídeo chamado alamandina, que possui propriedades semelhantes a de outro peptídeo já descoberto pela mesma equipe, a angiotensina-(1-7), avança o Diário da Saúde.
médicosOs peptídeos são pedaços de proteínas que agem através de ligações com os receptores, que também são proteínas, mas localizados nas membranas das células. No momento em que ocorre a ligação entre o peptídeo e o receptor, são desencadeadas reações no corpo humano, que variam de acordo com a função do peptídeo que participa do processo.
Alamandina
A alamandina envia um comando ao cérebro que faz com que os vasos sanguíneos aumentem ou diminuam a sua dilatação.
“Ela tem propriedades interessantes. É anti-hipertensiva e produz efeitos antifibróticos no coração, inibindo a formação de tecido conjuntivo no músculo do coração”, explica o professor Robson Augusto Souza dos Santos, investigador do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e coordenador do INCT Nanobiofar.
“Essas duas propriedades permitem que a alamandina possa ser usada na terapêutica cardiovascular”, acrescenta.
Há alguns anos, o mesmo grupo de investigação já tinha descoberto outro peptídeo que também possui funções cardiovasculares, a angiotensina-(1-7), que foi patenteado internacionalmente.
O investigador explica que, apesar dos peptídeos possuírem propriedades semelhantes, a acção da alamandina no organismo ocorre de forma diferente.
“A angiotensina-(1-7) e a alamandina podem actuar juntas no controlo da hipertensão arterial. A principal diferença é que a segunda age ao facilitar a produção de óxido nítrico (NO), um gás vasodilatador. É importante ressaltarmos que ela também pode auxiliar no tratamento da diabetes. Nesse caso, o óxido nítrico ajuda no transporte de glicose (açúcar), facilitando o tratamento da doença”, explica.
Aprovação como medicamento
O uso da alamandina no tratamento de hipertensão e diabetes, em princípio não tem contra-indicação, segundo Robson.
“Como esse peptídeo é produzido pelo corpo humano, já sabemos que não haverá reacção química desfavorável no organismo de quem venha a tomar um medicamento com essa substância. Por isso, o novo peptídeo logo poderá ser produzido em laboratório e ingerido via oral para actuar junto à angiotensina-(1-7), potencializando os efeitos do tratamento”, afirma.
No momento, o grupo de investigadores está a preparar o protocolo clínico para a realização dos testes sobre a viabilidade da alamandina como medicamento. O protocolo será submetido à aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil.

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