sábado, 7 de abril de 2012

Receita infalível para “ganhar” as eleições


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Para vencer a batalha das urnas, um bom padrinho e estrutura de campanha fazem a diferença
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TÉRCIO AMARAL
Conquistar um voto e garanti-lo até o “final” de uma disputa eleitoral, ou seja, na urna, é o sonho de qualquer político que almeje uma vaga no Executivo ou Legislativo. O caminho dourado existe e se chama “voto cristalizado”. Esta receita de sucesso tem custo financeiro, como estratégia de marketing e apoio da militância partidária. Porém, “fatores externos” estão entre os ingredientes deste bolo, a exemplo dos cabos eleitorais (forte palanque), que na pesquisa desenvolvida pelo Núcleo de Estudos Eleitorais, Políticos e da Democracia (NEPD) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ainda pode ser chamado de ativo de alta especificidade.
Estudos recentes do grupo identificaram que, no estado, 50% dos entrevistados garantiram que votariam no candidato indicado pelo atual governador Eduardo Campos (PSB). “O voto cristalizado, conquistado, é um voto de fidelidade ao cristalizador”, argumenta o pesquisador do NEPD e professor da Universidade de Pernambuco (UPE), Clóvis Miyachi, que defendeu uma dissertação sobre o tema e atualmente estuda esse tipo de comportamento eleitoral. “Como os pilares que sustentam a nossa cultura política e cívica estão concentrados no personalismo, na pessoa e seus agregados, podemos afirmar que o processo de cristalização do voto recai, prioritariamente, sobre a pessoa do candidato”, defendeu o pesquisador.
Em estudo apresentado na UFPE por Clóvis, que analisou o comportamento do voto cristalizado entre os anos de 1990 a 2002, ou seja, um período que abrangeu quatro eleições, o processo de “transferência” de votos foi frequente do Litoral ao Sertão do estado. Por exemplo, no ano de 1998, o prefeito de Panelas Sérgio Miranda cristalizou seus votos para o candidato a deputado estadual Marco Antônio Dourado. Na época, o candidato ao legislativo conquistou 7,613 mil votos no município.
Apoio
“Na eleição seguinte, a de 2002, Sérgio não apoiou o candidato e o resultado foi 42 votos para o candidato a deputado na cidade. O novo apoiado pelo prefeito, o atual deputado federal Raul Henry (PMDB) obteve 7,137 mil votos”, analisa Clóvis, advertindo, porém, que não só o palanque (apoio político) cristaliza o voto. Estratégias de marketing mal executadas, com bordões que não agradam o eleitor, pode colocar a eleição por água abaixo. “Em 2006, o atual deputado federal Mendonça Filho (DEM) errou na estratégia de não montar uma campanha própria para sua reeleição ao governo do estado, utilizando a campanha do atual senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que foi eleito”, considera.
As campanhas na prática
Bem-sucedidas
Na primeira eleição de Jarbas Vasconcelos ao governo de Pernambuco, em 1998, ele conquistou um ativo de alta especificidade, que foi José Mendonça (PFL). A estratégia possibilitou a vinda para o palanque jarbista fortes nomes do PFL e seus agregados
O ex-governador Miguel Arraes também adotou a mesma estratégia de inserir um ativo de alta especificidade numa eleição para governador. Em 1986, ele agregou o nome do candidato a senador Antônio Arruda de Farias. Os dois foram eleitos
Mal-sucedidas
Do atual deputado federal Mendonça Filho ao não mostrar campanha própria, em 2006, a sua reeleição ao governo de Pernambuco.O parlamentar optou por usar a estrutura de campanha do atual senador Jarbas Vasconcelos. O senador foi eleito, mas o governador, não
Em 2004, então deputado federal Carlos Eduardo Cadoca disputou a Prefeitura do Recife. Colocou um ativo humano de baixa especificidade, dona Maria do Socorro, no guia eleitoral.A inserção foi polêmica e desmascarada no pleito. A mensagem e a fonte foram abaladas
Fonte: Clóvis Miyachi

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