sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Homem é espancado até a morte em Marília por ser suspeito de um crime



Moradores de Marília, no interior de São Paulo, espancaram um homem até a morte, queimaram a casa dele e destruíram o bar onde trabalhava. Segundo os vizinhos, o homem teria matado uma menina de 14 anos

Moradores de Marília, no interior de São Paulo, espancaram um homem até a morte, queimaram a casa dele e destruíram o bar onde trabalhava. Segundo os vizinhos, o homem teria matado uma menina de 14 anos. A polícia diz que não há provas de que o comerciante cometeu o crime.
Da casa de Cirso Fernandes Guilherme só sobraram escombros. Ela foi incendiada por pelos menos 20 vizinhos. Os moradores ainda destruíram o bar do comerciante. Foi o mesmo grupo que espancou Cirso até a morte. Depois de ficar quatro dias internado na UTI, o comerciante morreu.
Os moradores acusavam Cirso de ter matado Thais Alves Costa, de 14 anos. A jovem ficou 11 dias desaparecida e o corpo dela foi encontrado num rio perto da casa de Cirso.
Uma mulher participou da agressão. “A gente pensa ‘eles devem, alguma coisa eles devem’”, revela.

A polícia foi investigar se o comerciante realmente devia alguma coisa e não encontrou nenhum indício de que ele tenha assassinado Thais.
Cirso teve paralisia infantil. A doença dificultaria que ele carregasse a jovem por dois quilômetros até o local onde o corpo foi encontrado. O comerciante também não tinha nenhuma passagem pela polícia.
O delegado diz que os laudos preliminares apontaram que a menina não sofreu nenhuma agressão física. O resultado dos exames vai informar se ela morreu em decorrência de alguma doença. Thais sofria de epilepsia.
“Então o que se criou foi um tumulto e na verdade não temos evidência nenhuma, até o presente momento, que vincule o Cirso a morte da Thais”, afirma o delegado Aeliton Roberto de Souza.
A polícia já identificou os agressores e informou que a qualquer momento eles devem ser presos. O grupo que agrediu o comerciante vai ser indiciado por formação de quadrilha, lesão corporal, homicídio qualificado e tortura.

“Foi um ato de covardia, de barbárie que atrapalhou o trabalho policial, porque nós deveríamos ter, inicialmente, qualquer informação que nos levasse ao esclarecimento e ao entendimento do que aconteceu no caso da garota Thais”, diz o delegado.
A mãe de Cirso que também foi agredida diz que conhece os autores do espancamento. “Reconheço qualquer um, qualquer hora. Eu sei o nome deles por apelido, porque lá todo mundo tem apelido e não tem o nome certo”, diz Conceição Fernandes Rodrigues.

A representante da OAB em Marília reprovou a atitude dos moradores. "É totalmente condenável. A OAB é totalmente contra esse tipo de manifestação”, garante Maria Regina Borba Silva.

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