UTI pediátrica de Diadema fecha por falta de médico
A UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica do Hospital Municipal de Diadema, única da rede pública da cidade, foi fechada pela Prefeitura no dia 8 por falta de médicos.
Dos 12 profissionais que trabalhavam no local, seis pediram demissão. A unidade dispunha de quatro leitos e atendia mensalmente de 12 a 15 crianças. A opção é o Hospital Estadual de Diadema, com cinco leitos de UTI pediátrica para atender a toda a região.
De janeiro a maio, cerca de 40 médicos pediram exoneração do cargo. Segundo o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema), a causa da evasão, além de estar ligada a questões salariais, envolve principalmente relações de trabalho. Os profissionais estariam insatisfeitos com a gestão do secretário José Augusto da Silva Ramos.
Conforme a Prefeitura, os quatro leitos disponíveis no local tiveram de ser fechados pela dificuldade em admitir médicos. A administração informou que a unidade será ativada assim que forem contratados profissionais. A recomendação é que crianças que necessitarem de internação em UTI sejam atendidas no Hospital Estadual de Diadema.
A dona de casa Marcela Cristina da Silva Arruda, 20 anos e mãe de um menino recém-nascido, acha um absurdo o fechamento da unidade. “A Saúde está péssima em Diadema. Como é que ficam as pessoas que não têm condições de pagar atendimento particular?”.
A auxiliar de coladeira Simone Zeferino, 26, diz não saber o que faria caso o filho precisasse de internação. “O governante deveria se colocar no lugar da gente.”
O Conselho Tutelar de Diadema informou não ter sido avisado sobre o fechamento da unidade. A instituição lamentou a decisão e disse que amanhã os dez conselheiros do município se reunião para discutir o assunto. Informou ainda que tentará diálogo com a Secretaria de Saúde e, caso nenhuma providência seja tomada, o Ministério Público será acionado.
Questionada se a procura por leitos na UTI pediátrica do Hospital Estadual de Diadema aumentou, a Secretaria de Estado da Saúde informou que seria mais tempo para levantar os dados, já que a Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) atende pacientes dos 645 municípios do Estado.
FALTA DE MÉDICOS
O Sindema afirmou que o descontentamento dos médicos ocorreu por conta de mudanças nos locais de trabalho propostas pela atual gestão. A Prefeitura, por sua vez, negou o remanejamento, e disse ter tentado, sem sucesso, acordo com a categoria. Outra reclamação confirmada pelo sindicato estava relacionada a questões salariais. A administração admitiu não ter plano de carreira, mas garantiu que há proposta de implantação.
Até o momento, 25 médicos foram contratados para suprir as saídas desde o início do ano. Os especialistas que mais estão em falta na cidade são pediatras, intensivistas pediatras, neuropediatras, clínicos gerais, generalistas e cirurgiões.
Falta de médicos plantonistas fecha enfermaria pediátrica do HC
Pacientes da emergência pediátrica do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco foram transferidos para outras unidades de saúde nesta segunda-feira (17/06). O motivo é a falta de médicos plantonistas para supervisionar os residentes. Há cerca de 10 anos não existe plantonista no setor e na semana passada os residentes denunciaram à Comissão de Residência Médica (Coreme) do hospital a situação.
Eles deram um prazo até a última segunda-feira hoje (17/06) para que a situação fosse revertida. Entretanto, os residentes foram surpreendidos com a notícia que os pacientes da enfermaria pediátrica estavam sendo transferidos para outras unidades de saúde. E que os residentes do setor seriam relocados para outras unidades.
Dos 40 leitos do HC, 24 são da pediatria, e os outros das especialidades de otorrino, ortopedia, cirurgia pediátrica entre outros. Com tantos leitos e demanda de pacientes, os residentes denunciaram que precisam, e estão assegurados pela resolução CNRM Nº4, de um médico capacitado para intercorrências e internamentos.
Quando algumas mães perguntavam porque, elas eram informadas que os residentes não iriam atender durante a noite e o fim de semana e os pacientes teriam que mudar de hospital. Algumas acompanhantes ficaram revoltadas e não sabiam o que fazer. Para a doméstica, Auzeni Maria, que estava com sua filha internada há mais de nove meses no hospital é um absurdo. “To me sentindo como um animal jogado na rua. Ninguém explicou porque tínhamos que sair daqui (HC)”, explicou revoltada. Outro transtorno foi a transferência das crianças, porque o hospital não tem ambulância e os pacientes teriam que esperar veículos e vagas das outras unidades de saúde. Durante o dia os pacientes foram transferidas para o Hospital Maria Lucinda, Barão de Lucena e Imip.
Ainda nesta segunda-feira, em reunião com os residentes, o secretário de Comunicação do Simepe, Sílvio Rodrigues, sugeriu que fosse feita uma reunião no Conselho de Medicina de Pernambuco (Cremepe) com todos os preceptores sobre esta situação. Além disso, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) também vai encaminhar um documento para o Ministério Público Federal (MPF) e para a Coreme, pedindo providencias. Em resposta, o Cremepe garantiu que irá mandar uma equipe de fiscalização para o Hospital das Clinicas .
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