segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Dona de abrigo clandestino no Recife é presa por maus-tratos e apropriação de benefício de idosos

 


Um abrigo clandestino foi interditado e a gestora do local foi presa no bairro da Mangabeira, na Zona Norte do Recife, nesta segunda-feira (30), por causa de maus-tratos e apropriação indevida de benefício. De acordo com a Polícia Civil, havia 13 idosos no local, incluindo pessoas com deficiência.

Comida estragada, falta de acompanhamento de saúde e falta de alvará de funcionamento são algumas das irregularidades verificadas no abrigo. Em nota, o Ministério Público de Pernambuco afirmou que a "Promotoria de Justiça do Idoso da Capital recebeu denúncia anônima, na semana passada". Equipes da promotoria, da Vigilância Sanitária e da Delegacia do Idoso foram até o local.

Segundo Teresa Nogueira, delegada do idoso, o local sequer tinha fichas cadastrais das pessoas que lá residiam. A maioria dos idosos tinha doenças e, mesmo assim, não havia ficha médica nem acompanhamento regular de profissionais de saúde. Alguns deles foram encontrados desidratados e com escaras e bolhas.

"Pela lei, Instituições de Longa Permanência (Ilpi) não podem funcionar com homens e mulheres no mesmo espaço. Lá, havia apenas um grande salão, com sistema de ventilação extremamente inadequado, janelas bloqueadas por uma parede, idosos e idosas amontoados. O acondicionamento das fraldas era no chão, havia alimentos com mofo e bichos", afirmou a delegada.

Os únicos tipos de identificação dos idosos, segundo a delegada, ficava numa caixa. Alguns deles tinham identidade; e outros, somente um cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). A comida oferecida aos idosos, além de azeda, vinha em baixa quantidade, ainda de acordo com a policial.

"Quando chegamos, a comida que seria oferecida aos idosos estava parcialmente estragada, era requentada de outro dia. Ainda assim, era uma quantidade ínfima, em potes pequenos. A Vigilância Sanitária descartou e sanitizou os alimentos. Existiam também pessoas com menos de 60 anos, com enfermidades, deficiências. Não era uma Ilpi, era um abrigo misturado, quando existe um regramento claro sobre o funcionamento desses locais", contou.

A delegada disse, ainda, que há cerca de quatro anos, o abrigo foi fechado pela Vigilância Sanitária, quando havia três idosos. No entanto, ele foi reaberto no mesmo local. A Polícia Civil conseguiu confiscar oito cartões de benefícios previdenciários que eram retidos pela gestora do abrigo. Um dos funcionários, inclusive, era pago com o valor de um dos benefícios.



"Um familiar nos procurou, disse que foi solicitar o cartão, e a dona disse que estava empenhado na farmácia. Funcionários disseram que, há mais de três meses, não viam um geriatra no local. A única profissional de saúde que teve o nome citado foi uma técnica em enfermagem, que não estava lá. Ela nos disse que os funcionários eram voluntários, mas eles trabalhavam de domingo a domingo", declarou.


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